Vinhos e azeites apreendidos pela Receita Federal viram sabão e vela em universidade de Foz do Iguaçu


Pesquisadores da Unila transformam produtos adulterados em sabão para uso na própria instituição. Objetivo do projeto é passar a beneficiar famílias de baixa renda. Universidade transforma vinho e azeite em vela e sabão
Centenas de litros de vinhos e azeite adulterados apreendidos pela Receita Federal no Paraná, nas fronteiras com Paraguai e Argentina, estão virando sabão e velas com a ajuda de pesquisadores da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), em Foz do Iguaçu, no oeste do estado.
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Cerca de 350 litros desses produtos, que seriam descartados por serem considerados impróprios para consumo, já foram reaproveitados pela universidade.
Por enquanto, os materiais estão sendo usados pela própria universidade, mas a ideia é passar a fornecê-los a famílias de baixa renda.
A pesquisadora Luisa Parra Sierra faz parte do projeto e explica que a primeira etapa é fazer a análise do azeite adulterado.
“Essas análises que a gente fez são de cromatografia, e vimos que era uma mistura de vários óleos de soja, girassol e um pouquinho de azeite de oliva, em menor proporção”, explica.
Sabão feito de azeite e vinhos apreendidos pela Receita Federal
RPC Foz do Iguaçu
Vinho e azeite estão entre os produtos mais apreendidos pela Receita na fronteira:
quase 160 mil garrafas de vinho apreendidas de janeiro de 2019 a junho de 2023;
cerca de 27.400 unidades de azeite apreendidas de janeiro de 2021 a novembro de 2023;
Parte dos vinhos apreendida pode ser leiloada. Porém, quando não é possível atestar a qualidade da bebida, as garrafas precisam ser descartadas. No caso dos azeites, a verificação de que o produto não é próprio para consumo é feita pelo Ministério da Agricultura e indica quais unidades não podem ser doadas ou leiloadas.
Nos laboratórios da Unila, os materias passam por diversos processos até virarem sabão ou valas.
Caroline Gonçalves é coordenadora da pós-graduação de Energia e Sustentabilidade da Unila e explica que são feitos diversos testes de qualidade, de pH, seguindo todas as exigências da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para garantir a segurança do novo produto.
“Quando a gente faz um reaproveitamento desses, transforma em um novo produto, a gente tem a possibilidade de transformar algo que era um resíduo, que ia ser descartado e poderia ser um passivo ambiental, em um produto que vai ter uma utilidade pública”, afirma a coordenadora.
Produtos passam por uma série de análises e processos
RPC Foz do Iguaçu
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