Mulher é morta por companheiro meses após pedir revogação de medida protetiva em MS: ‘Chegava com o olho roxo’, diz mãe da vítima

Equipe do Profissão Repórter acompanhou a Patrulha Maria da Penha em Corumbá no momento da entrega de medidas protetivas aos homens acusados de agressão. Mulher é morta por companheiro meses após pedir revogação de medida protetiva em MS: ‘Chegava com o olho roxo’, diz mãe da vítima
O Profissão Repórter desta terça-feira (26) mergulhou na triste realidade de mulheres que sofrem com a violência doméstica e, muitas delas, acabam não sobrevivendo e entrando para a estatística do feminicídio.
No Brasil, Mato Grosso do Sul é o estado com maior taxa de feminicídio no país. No ano passado, 3,5 a cada 100 mil mulheres foram assassinadas, de acordo com dados do Monitor da Violência publicado pelo g1. Em 2022, foram 43 vítimas fatais.
Graziellly foi uma dessas mulheres e a reportagem conversou com a mãe dela, que recorda como foi o processo de agressões que culminou na morte da filha.
“Ela falava assim: ‘Mãe, a gente está brigando demais’. Foi indo, e eles voltavam novamente. E foi continuando. No dia que ela morreu, ela me ligou dizendo que viria para casa, que viria definitivamente, mas ela não veio mais. Quando foi 0h40 a gente recebeu a notícia de que ela tinha morrido”, conta Gisele Alves.
Mulher é morta por companheiro meses após pedir revogação de medida protetiva em MS.
Reprodução/Profissão Repórter
Em julho do ano passado, Graziellly foi assassinada pelo companheiro Edmilson. Ele a esfaqueou dezenas de vezes e, dias depois, se matou.
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Promessas de melhora
“Ela chegava aqui com o olho roxo, com a perna roxa, toda roxa. Eu perguntava e ela sempre dava uma desculpa, que teria machucado. Depois que ela falou que ele batia nela”, fala a mãe.
Segundo a irmã de Graziellly, o casal vivia entre brigas e reconciliações.
“Quando ele viu que ela não iria abrir mão do divórcio, ele começou a cercar ela. Mandava flores, dava chocolates, ia no serviço dela fazer declaração de amor. E ela gostava dele, no fundo ela gostava. O amor que ela sentia, ela achava que poderia mudar ele de alguma forma, mas não conseguiu”, conta Francelle Menacho.
Antes de morrer, Graziellly havia pedido uma medida protetiva. No entanto, acabou pedindo a revogação para dar uma nova chance ao agressor, que mais tarde se tornaria o seu assassino.
Nota de Graziellly sobre a revogação da medida protetiva.
Reprodução/Profissão Repórter
“Reatei com o meu esposo, pois não acho necessário a patrulha fazer as visitas, pelo fato que estamos vivendo super bem”, escreveu Graziellly, três meses antes de ser morta.
A coordenadora da patrulha Maria da Penha, Andréia Henrich explica que a equipe tenta levar as vítimas para uma conversa longe do agressor e de familiares, para que elas possam aceitar os atendimentos, inclusive psicológicos. “Se ela quiser continuar com o relacionamento dela, é um direito que ela tem, mas para que ela entenda que está dentro do ciclo da violência e que, para sair desse ciclo, ela precisa se fortalecer”.
Veja a íntegra do programa desta terça-feira (26):
Edição de 26/09/2023
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