Aplicativo de carona é usado para tentar driblar fiscalização da polícia no transporte de drogas e armas na fronteira entre Brasil e Paraguai

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Conforme a PRF, diversas ocorrências foram registradas nos últimos meses e demonstram novo ‘modus operandi’ de criminosos. BlaBlaCar informou que não foi possível verificar os casos. Droga estava na bagagem de passageira do aplicativo
PRF
Criminosos têm usado o aplicativo de carona BlablaCar para tentar driblar a fiscalização da polícia no transporte de drogas e armas da fronteira entre Brasil e Paraguai para outras regiões do país.
“A gente conseguiu apurar que desde o começo do ano muitas apreensões foram realizadas em app de carona. É um novo modus operandi que as mulas, pessoa que transportam a droga, usam para tirar essa droga da região de fronteira para dentro do país”, afirmou a porta-voz da PRF Bruna Paz.
Uma das ocorrências foi registrada em Santa Terezinha de Itaipu, no oeste do Paraná. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) um homem tentava levar 23 quilos de maconha de Foz do Iguaçu, na mesma região, até Curitiba. Ele foi parado numa fiscalização de rotina na BR-277.
Em outra ocorrência, nos pertences de uma mulher foram encontrados 700 gramas de cloridrato de cocaína e 3 quilos maconha. O destino era Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.
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Em Santa Tereza do Oeste, outra mulher transportava uma pistola e 1,6 kg de cloridrato de cocaína preso ao corpo.
As abordagens foram em diferentes dias, mas em comum: os presos nos três casos estavam de carona pelo aplicativo que conecta motoristas a passageiros que vão para o mesmo destino e querem dividir os gastos. Veja o que diz a plataforma amis abaixo nesta reportagem.
Motoristas do aplicativo são levados à delegacia
Em todos os casos citados acima, os passageiros com drogas e armas foram presos. Já os motoristas que ofereceram a carona foram levados para a delegacia para prestar esclarecimentos, conforme a policial rodoviária federal Bruna Paz.
“Como inicialmente nós não temos a possibilidade de apurar de fato quem, qual é a responsabilidade, como eles se envolvem nessa situação, a gente encaminha os ocupantes do veículo para polícia judiciária para que lá seja apurada responsabilidade, a participação, do motorista, do passageiro no crime”, explicou.
De acordo com o delegado de Polícia Civil Geraldo Evangelista, o motorista só é liberado se conseguir provar que não sabia do crime cometido pelo passageiro.
“Nesses casos é feita apreensão do material, essas pessoas são trazidas para a apreciação da autoridade policial que poderá deliberar pela instalação de inquérito policial ou pela atuação em flagrante delito dessas pessoas a depender das circunstâncias”, afirmou.
“O motorista também será averiguado em uma verificação preliminar. Ele será ouvido nesse inquérito policial, nessa investigação, a fim de verificarmos se de fato o motorista e o passageiro que transporta o material ilícito tem relação de proximidade para estabelecermos a responsabilidade penal de cada uma dessas pessoas”, explicou o delegado.
O que diz a BlaBlaCar
Em nota a BlaBlaCar informou que não foi possível verificar os casos relatados acima porque não foram fornecidas informações sobre as viagens ou mesmo sobre os usuários que permitisse identificar eles.
Disse ainda que sem tais informações não é possível checar se alguma das ocorrência mencionadas tem de fato qualquer relação com a plataforma.
A nota reforça ainda a orientação para que todos os contatos entre os usuários sejam feitos por meio dos canais oficiais e ressaltou que, a empresa não tolera nenhum comportamento criminoso e que está sempre à disposição das autoridades para contribuir com eventuais investigações, nos termos da lei.
Os nomes dos envolvidos e os detalhes de cada viagem não foram repassados à plataforma para produção desta reportagem porque não foram divulgados pela polícia.
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Usuários preocupados
O consultor de vendas José Valdir Piltz usa o aplicativo de carona há cinco anos. Como viaja bastante, ele diz que dividir o custo da viagem com um passageiro desconhecido trouxe bastante economia pra ele. Mas a notícia de que tem criminoso usando a plataforma está tirando o sono dele e de outros motoristas.
“Eu tenho vários amigos meus que fazem também esse mesmo processo que eu faço e alguns deles já sofreram em estar levando pessoas, levando droga dentro do carro. E isso acarretou em vários problemas”, afirmou o usuário.
Para reduzir os riscos, ele conta que tomou algumas medidas de segurança.
“Quando o passageiro reserva a viagem com a gente, primeiro você olha a avaliação dele. Segundo, você tira uma fotografia do passageiro segurando a própria bagagem, ou coloca um documento do passageiro dentro da bagagem dele. Caso a PRF pare e tenha algo errado, fica mais fácil a identificação”
“A pessoa quando tem a ideia de fazer algo errado, que você pede uma questão de segurança, de tirar uma fotografia, no momento você já identifica se tem algo errado ou não”, afirmou.
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