Ucrânia diz que houve avanços em Bakhmut; Rússia nega contraofensiva

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As forças ucranianas sinalizaram, nas últimas horas, que houve avanço de dois quilômetros em torno de Bakhmut, o epicentro dos combates no Leste do país. O governo russo, no entanto, nega qualquer progresso da Ucrânia na linha da frente.

“O inimigo sofreu perdas significativas em número de homens. As nossas forças de defesa avançaram dois quilômetros junto a Bakhmut”, indicou o vice-ministro ucraniano da Defesa, Ganna Malyar, nas redes sociais.

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Já o chefe do grupo mercenário Wagner, Yevgeny Prigozhin, que combate do lado russo, acusou as tropas de Moscou de abandonarem posições ao redor da cidade.

Prigozhin – que tem entrado repetidamente em confrontos com as autoridades russas – afirmou que a situação nos flancos de Bakhmut estava “evoluindo de acordo com o pior dos cenários previstos”.

“Os territórios que temos vindo a conquistar há muitos meses à custa do sangue e as vidas dos nossos irmãos de armas, percorrendo dezenas ou centenas de metros por dia, estão agora a ser abandonados, praticamente sem luta, por aqueles que deveriam segurar os nossos flancos”, acrescentou o líder do grupo Wagner.

No entanto, o Kremlin insiste em negar quaisquer avanços significativos das forças de Kiev.

“As declarações individuais no Telegram sobre um ‘avanço’ em vários pontos da linha da frente não correspondem à realidade”, afirmou em comunicado o Ministério russo da Defesa.

O comunicado acrescenta que “a situação geral de operações militares especiais está controlada”, usando o termo russo para designar a invasão.

Contraofensiva

O Ministério russo da Defesa afirmou ainda ter impedido vários ataques ucranianos na quinta-feira (11), e informou que está em curso uma batalha perto de Malynivka, a leste de Donetsk, que envolve forças áreas e de artilharia.

Segundo a BBC, a correspondente de guerra pró-Kremlin Sasha Kots informou que a tão esperada contraofensiva ucraniana tinha começado. Segundo Kots, que alegou citar fontes “confiáveis”, os tanques ucranianos estavam em torno de Kharkiv, rumo à fronteira com a Rússia.

Outro correspondente de guerra russo, Alexander Simonov, escreveu no Telegram que “as forças ucranianas tinham conseguido entrar perto da aldeia de Bohdanivka, perto de Bakhmut, ocupando vários quilômetros”.

Já o analista militar ucraniano Oleksandr Musivenko afirmou que Kiev reconhece que a contraofensiva prevista “pode não derrotar a Rússia em todas as áreas ocupadas”.

Musivenko afirmou à rádio ucraniana NV que existe a possibilidade de a guerra se prolongar até ao próximo ano. “Tudo depende da evolução das batalhas. Não podemos garantir como a contraofensiva vai se desenvolver.” As autoridades ocidentais estimam que entre 20 e 30 mil soldados russos tenham morrido ou ficado feridos em Bakhmut, e que as Forças Armadas ucranianas também pagaram um preço elevado.

Nesta sexta-feira (12), o presidente da câmara de Melitopol, que está exilado, relatou uma grande explosão no centro da cidade no Sudeste da Ucrânia, ocupada pelas tropas russas desde o início da invasão. Segundo a BBC, a causa da explosão é desconhecida.

Ontem, a Força Aérea ucraniana efetuou 14 ataques contra forças e equipamentos militares russos. Além dos ataques aéreos, a Ucrânia afirmou ter destruído nove drones russos e efetuado ataques bem-sucedidos a dezenas de alvos militares – incluindo unidades de artilharia, um armazém de munições e equipamento de defesa aérea.

O Instituto para o Estudo da Guerra revelou que as forças ucranianas provavelmente avançaram na cidade oriental de Bakhmut, forçando as tropas russas a recuar, em algumas áreas, cerca de dois quilômetros.

Sediado nos Estados Unidos, o Instituto afirmou que o fato de o Ministério russo da Defesa ter reconhecido “os contra-ataques ucranianos com uma rapidez incomum”, ao negá-los – indicava “um aumento de pânico”.

Desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, milhares de civis e combatentes morreram ou se feriram, cidades e vilas ficaram destruídas nos combates e cerca de 8,2 milhões de ucranianos foram registados como refugiados na Europa, 2,8 milhões dos quais na Rússia.

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