SC tem maior expansão econômica do país, mas venda de combustíveis tem queda histórica

O governo do Estado divulgou nesta semana que em abril, Santa Catarina registrou a maior expansão da atividade econômica do país, 2,9% ante março, na série livre de efeitos sazonais. Já a média nacional registrou crescimento de 0,6%, na mesma base de comparação.

O índice foi obtido pelo observatório da Fiesc, e leva em conta vários fatores econômicos. Entre eles, o crescimento de setores como a indústria, por exemplo.

Catarinenses estão abastecendo menos o carro – Foto: Leo Munhoz/ND

Por outro lado, o estudo mostrou que os catarinenses estão abastecendo menos seus veículos. Segundo o relatório, apesar do crescimento positivo da economia, Santa Catarina registrou queda de 5,2% na venda de combustíveis e lubrificantes.

“O setor vem sendo prejudicado, em especial, pelo encarecimento do crédito na economia, devido ao elevado nível da taxa de juros”, escreve a Fiesc.

O que isso demonstra?

De acordo com a economista Janine Alves, o dado não mostra a relação direta, porém na prática quem está endividamento gasta mais dinheiro com o pagamento de juros, por exemplo. A profissional explica que assim o consumidor acaba com menos dinheiro no bolso para as comprar e para abastecer o carro.

“Como os juros estão muito altos, o crédito também fica mais caro…e isso prejudica o crescimento da economia como um todo. O resultado do crescimento da produção catarinense é uma consequência da venda para outros Estados brasileiros e países”, opina a economista.

A indústria

Em Santa Catarina, há um crescimento na produção industrial, enquanto ocorre uma queda no consumo de combustível.

Segundo a economista existem várias razões possíveis para essa situação. Uma delas é a adoção de tecnologias mais eficientes em termos de energia pelas indústrias, o que reduz o consumo de combustível para produzir a mesma quantidade de produtos.

Setor industrial pode estar procurando outros meios de energia – Foto: Filipe Scotti/ND

“As indústrias podem estar alterando seu mix de produção, focando em bens de menor intensidade energética”, diz a economista.

Outro fator apontado pela profissional é a diversificação da matriz energética, com o aumento do uso de fontes renováveis. Mudanças na demanda de mercado e fatores externos, como os preços dos combustíveis e políticas governamentais, também podem influenciar nessa situação.

No entanto, a economista aponta que os apontamentos são apenas possibilidades gerais e que uma análise mais detalhada dos dados seria necessária para entender completamente a situação em Santa Catarina.

Agropecuária

Segundo a Fiesc, a indústria e a agropecuária foram os principais vetores do resultado positivo no estado na análise mensal. Já o setor de serviços catarinense registrou o maior recuo dentre os grandes setores (-3,5%), o que acompanhou o movimento de queda no restante do país, com exceção do Ceará.

Na produção industrial, o destaque foi o setor de produtos de borracha e material plástico (6,8%), líder de crescimento no mês. O resultado está atrelado ao crescimento da demanda doméstica por embalagens plásticas, principalmente oriunda do setor alimentício.

A indústria de alimentos vem sendo impulsionada pelo bom momento do agronegócio tanto no abate de aves e suínos, como também nas safras agrícolas de grãos. Por exemplo, houve aumento na produção de soja, aveia, feijão e trigo.

Além disso, a produção de equipamentos elétricos também aumentou (6,4%) e da indústria automotiva (6,2%), que tiveram suas produções estimuladas pelas vendas internacionais.

 

 

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