Academia compartilha fotos de festa junina com ‘blackface’ em SC e é criticada na web: ‘Erramos’

academia-compartilha-fotos-de-festa-junina-com-‘blackface’-em-sc-e-e-criticada-na-web:-‘erramos’

academia-compartilha-fotos-de-festa-junina-com-‘blackface’-em-sc-e-e-criticada-na-web:-‘erramos’


Fantasia de professor da unidade de Blumenau tinha rosto e mãos pintados de preto, além de peruca cacheada. Ato é considerado racista. Após repercussão, imagens foram apagadas. Caso de blackface gerou críticas na web
Redes sociais/ Reprodução
A fantasia de festa junina de um professor de uma academia de Blumenau, no Vale do Itajaí, em Santa Catarina, foi criticada na web e gerou discussões sobre racismo. O homem estava com rosto e mãos pintados de preto, caracterizando blackface, além de vestir uma peruca cacheada (veja mais abaixo).
Em nota, divulgada nesta segunda-feira (26), a Bio Gym, que chegou a compartilhar fotos do colaborador durante o evento, no Instagram, escreveu que a atitude foi um erro. As imagens foram apagadas.
“Repudiamos veementemente qualquer forma de racismo, discriminação ou desrespeito racial”, destaca o texto (leia nota completa abaixo).
Com a divulgação das fotos nas redes sociais, as críticas sobre a atitude ganharam repercussão: “Blackface não é entretenimento”, escreveu uma mulher.
‘O racismo é meu cotidiano’, diz mulher de volante do Avaí após banana na porta de casa em SC
“Inaceitável blackface em pleno 2023. Espero que estudem, entendam por que isso é ofensivo e repassem aos professores e alunos, é o mínimo”, digitou outra.
‘Blackface’: entenda o que é e por que é considerado ato racista
Em entrevista anterior ao g1, a advogada Jéssica Silva, especialista em Direito Penal, explica que o “blackface” está listado na legislação federal (Lei nº 7.716) entre as práticas de racismo, descrita como “praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”.
Academia compartilhou foto da fantasia na web
Redes sociais/ Reprodução
O que é blackface?
Do inglês, black, “negro” e face, “rosto”, a prática consiste na pintura da pele com tinta escura. Estipula-se que tenha iniciado por volta de 1830, nos Estados Unidos, em meio ao período de transição entre escravidão e abolição da escravatura.
“Após a abolição nos Estados Unidos, para poder criar um mecanismo de subjetividade negativa sobre a população negra, passaram a usar estereótipos de forma negativa para poder caracterizar a população negra como incapaz de conviver com os direitos democráticos de liberdade. Ou seja, ela tinha liberdade, mas não tinha cidadania”, explica o professor e ativista antirracista Juarez Xavier.
Ao contrário do que a normalização da prática deu a entender por muitos anos, o “blackface” não se trata apenas de pintar a pele de cor diferente.
Ele explica que a origem da prática está diretamente atrelada à ridicularização de pessoas negras e tinha como finalidade a privação ao negro no exercício da cidadania.
Nota da academia
Nós erramos e pedimos desculpas!
Queremos deixar claro que repudiamos veementemente qualquer forma de racismo, discriminação ou desrespeito racial.
Nós, como equipe da academia, assumimos a total responsabilidade pelo ocorrido e lamentamos profundamente qualquer desconforto, dor ou ofensa causada. Estamos comprometidos em aprender com essa situação e tomar medidas para garantir que isso não aconteça novamente em nossos eventos.
Entendemos que palavras não são suficientes para reparar o dano causado, mas queremos enfatizar nosso compromisso em evoluir, aprender e trabalhar para garantir que todos se sintam acolhidos e respeitados em nossa academia. Continuaremos a ouvir e aprender com a comunidade, a fim de promover uma mudança efetiva e duradoura.
Agradecemos a compreensão e o apoio de todos vocês. Estamos aqui para ouvi-los, aprender com nossos erros e trabalhar em conjunto para promover uma mudança positiva.
VÍDEOS: mais assistidos do g1 SC nos últimos 7 dias
Veja mais notícias do estado em g1 SC

Adicionar aos favoritos o Link permanente.