Região do Prosa, na Chácara dos Poderes, deveria ter recebido cascalhos para evitar problemas urbanos. Cratera se abre em rua e quase “engole” carro na capital
Entre as vias que deveriam ter recebido manutenção da empresa A.L dos Santos & Cia Ltda, alvo na Operação Cascalhos de Areia, estão a dos bairros Chácara dos Poderes e Jardim Noroeste, que foram fortemente afetadas durante o período de chuvas em março deste ano. Vídeo da época mostra cratera quase “engolindo” um carro. (Veja acima)
A imagem que impressiona ocorreu na região do Prosa, na Chácara dos Poderes. Contudo, moradores do Jardim Noroeste também sofreram com ruas cheias de lama e quase intransitáveis em janeiro, cenário que poderia ter sido evitado, já que havia manutenção prevista entre as ruas Piraputanga e Dálias.
Em 2018, secretário municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep), Rudi Fiorese, contratou a empresa A.L dos Santos & Cia Ltda, sob comando de André Patrola, com preço de R$ 4,1 milhões, para manutenção das vias sem asfalto que fazem parte da região do Prosa, que engloba Anhanduizinho, Bandeira, Imbirrusu, Lagoa e Segredo.
Este foi o contrato que originou a investigação do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MP-MS), porque após cinco aditivos, o valor do certame saltou para R$ 24,7 milhões em 2022, ou seja, seis vezes mais.
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Todas as ruas previstas no contrato são sem asfalto. O objetivo era exatamente dar manutenção para que estragos maiores não ocorressem com a movimentação do dia a dia e não causasse transtornos em dias de chuvas, como acabou acontecendo.
Empresários André Luiz dos Santos, Mamed Dib Rahim e Ariel Dittmar Raghiant, investigados na operação Cascalhos de Areia.
Reprodução
Outas quatro empresas também estão sendo investigadas. Entre elas, a ALS Transportes, que também pertencente a André Patrola. A reportagem questionou a prefeitura sobre a situação dos contratos e se haverá rompimento, mas não recebeu resposta.
A operação Cascalhos de Areia foi deflagrada no dia 15 de junho, quando foram cumpridos mandados de busca e apreensão nos endereços de empresários, servidores públicos e empresas que atuaram entre 2017 e 2022 na área da infraestrutura da capital, inclusive, na casa do ex-secretário da Sisep, Rudi Fiorese.
Atualmente Rudi ocupa cargo em comissão na Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Seilog).
Veja abaixo a lista completa dos citados na investigação
Empresários e servidores
André Luiz dos Santos – proprietário das empreiteiras ALS dos Santos e ALS Transportes;
Mamed Dib Rahim;
Edcarlos Jesus da Silva – sócio nas empresas MS Brasil Comércio Eireli e Engenex Construões;
Paulo Henrique Silva Maciel – advogado e sócio na Engenex;
Ariel Dittmar Raghiant – engenheiro da Engenex;
Patrícia da Silva Leite – funcionária da Engenex;
Adair Paulino Fernandes – dono da empresa JR Comércio e Serviços;
Medhi Talayeh – engenheiro da Sisep;
Edivaldo Aquino Pereira – servidor da Sisep;
Erik Antônio Valadão Ferreira de Paula – servidor da Sisep;
Fernando de Souza Oliveira – servidor licenciado da Sisep;
Rudi Fiorese – ex-secretário da Sisep;
Empresas
Al dos Santos e Cia;
ALS Transportes;
Engenex Construções e Serviços;
JR Comércio e Serviços;
MS Brasil Comércio e Serviços;
Veja vídeos de Mato Grosso do Sul:
Rua onde cratera quase “engoliu” carro estava prevista em contrato milionário da Cascalhos de Areia
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