Contrato de funcionária que caiu de escada em escola no DF previa limpeza de telhado; empresa nega

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Pregão eletrônico também sinalizava necessidade de equipamentos de segurança; empresa terceirizada afirma que funcionária não era capacitada para atividade envolvendo altura. Sandra de Souza Marinho está em estado grave após cair ao limpar toldo de escola pública. Sandra estava em cima do toldo sem equipamentos de proteção.
Reprodução/TV Globo
O documento de contratação da empresa responsável pela funcionária Sandra de Souza Marinho — que caiu ao limpar o toldo de uma escola pública no Distrito Federal — previa a limpeza mensal das calhas do telhado do local. O pregão eletrônico ainda especificava o uso de escada, quando necessário, com equipamentos apropriados fornecidos pela empresa contratada (veja foto abaixo).
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No entanto, a empresa Real Jg Facílitis negou que tinha conhecimento dessa função exercida pela funcionária envolvendo altura. Sandra de Souza, de 41 anos, trabalha na Escola Classe 10, em Ceilândia, como auxiliar de serviços gerais há 7 anos. Ela está internada em estado grave no Hospital de Base.
Imagem mostra destaque de pregão eletrônico da contração da empresa tercerizada pelo GDF
TV Globo/Reprodução
O caso é investigado pela Polícia Civil e pela Corregedoria da Secretaria de Educação. Procurada pela TV Globo, a empresa respondeu que, apesar do contrato prever limpeza de calhas, a funcionária não era capacitada para esse trabalho e que não estava sob ordens da empresa.
A empresa informou ainda que está em contato com a família de Sandra para prestar todo o apoio necessário.
Segundo a Real Jg Facílitis, foram fornecidos à funcionária os equipamentos de proteção compatíveis com a função dela, de conservação e limpeza — como bota e luvas. Mas não equipamentos para trabalho em altura porque, em nenhuma hipótese, ela ou outros funcionários deveriam fazer esse tipo de trabalho, principalmente usando uma escada (veja detalhes mais abaixo).
Vídeo mostra momento do acidente
Funcionária terceirizada de escola pública em Ceilândia cai do alto de escada.
Imagens da câmera de segurança do colégio público mostram o momento da queda de Sandra, na última sexta-feira (16), quando ela limpava o toldo de entrada da escola (veja vídeo acima).
As imagens mostram a funcionária em cima de uma escada limpando o toldo com um jato de água. Após alguns segundos, a escada desliza no chão molhado e Sandra cai de uma altura de aproximadamente 4 metros.
A mulher bateu a cabeça e sofreu convulsões. Ela foi levada para o Hospital de Base onde permanece internada em estado grave. A família registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil.
A empresa terceirizada afirma que foi a diretora da escola quem pediu à funcionária da limpeza que fizesse o serviço. A TV Globo tentou falar com a direção da Escola Classe 10, mas não foi atendida. A Secretaria de Educação disse que a equipe gestora da escola acionou o Samu e o Corpo de Bombeiros no momento do acidente (veja mais abaixo).
O que diz a Secretaria de Educação
“A Secretaria de Educação do Distrito Federal informa que teve conhecimento do fato que ocorreu na Escola Classe 10 de Ceilândia na última sexta-feira (16), antes do início do ano letivo, com uma servidora de empresa terceirizada. No momento do ocorrido, a equipe gestora acionou imediatamente o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e o Corpo de Bombeiros, que estiveram na escola para prestar o socorro.
O caso está sendo apurado pela Polícia Civil e pela Corregedoria da SEEDF, que apura as responsabilidades, conforme determina a Lei Complementar nº 840/2011.
A Secretaria esclarece que acompanha o caso e prestará todas as informações necessárias para a apuração do ocorrido.”
O que diz a empresa terceirizada
“A empresa terceirizada Real Jg Facílitis informou que os serviços executados por Sandra de Souza Marinho eram sob orientação da direção da escola, e não da empresa. E que foi a direção da escola que pediu para os funcionários limparem os toldos antes da volta às aulas.
Segundo a Real Jg, a escada que aparece no vídeo foi fornecida pela escola, e não pela empresa. E que o trabalho envolvendo altura não era do conhecimento deles.
A Real Jg afirmou ainda que forneceu à funcionária os equipamentos de proteção compatíveis com a função dela, de conservação e limpeza – como bota e luvas, mas não equipamentos para trabalho em altura porque, em nenhuma hipótese, ela ou outros funcionários deveriam fazer esse tipo de trabalho, principalmente usando uma escada.
A empresa também registrou boletim de ocorrência na Polícia Civil para que a responsabilidade seja apurada e disse que está em contato permanente com a família da Sandra, prestando todo o apoio possível, e que espera que a funcionária retorne às atividades “com saúde e sem sequelas”.
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