Anvisa aprova novos remédios para tratar doenças de bebês e de idosos

 

Profissional em laboratório: indústria farmacêutica avança no desenvolvimento de novos medicamentos

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Arquivo/AT

 Com o desenvolvimento e pesquisas de novos tratamentos de doenças como diabetes, câncer e obesidade, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já aprovou este ano pelo menos 17 medicamentos para bebês, adultos e idosos. Entre as aprovações, há novos registros das medicações ou mesmo novas indicações (para outras doenças), no caso de medicamentos que já estão no mercado.Leia mais sobre Saúde aquiUma das novidades é o uso do aflibercepte para o tratamento da Retinopatia da Prematuridade (ROP), doença ocular que atinge cerca de 25% dos bebês recém-nascidos prematuros.A médica oftalmologista da divisão farmacêutica da Bayer Maria Rita Burlamaqui ressaltou que diagnosticar e tratar ROP é imprescindível. “Quanto mais prematuro, ou seja, quanto menor a idade gestacional do bebê ao nascimento, e também quanto menor o peso ao nascer, maior é o risco de desenvolver a retinopatia da prematuridade. Nos casos mais graves da doença, pode, inclusive, levar à  perda de visão”.Além dele, também foi aprovada nova indicação para tratamento do câncer gástrico, o pembrolizumabe. Já o espesolimabe é novo tratamento de Psoríase Pustulosa Generalizada (PPG) em adultos.O medicamento Semglee (insulina glargina) teve o registro aprovado para tratamento de diabetes mellitus tipo 2 em adultos e tipo 1 em adultos e em crianças.Além de medicamentos já aprovados, uma série de doenças em crianças e em idosos ainda desafia médicos. Algumas doenças aguardam novidades da indústria farmacêutica. No caso dos idosos, o médico geriatra e paliativista Alexandre Constantino de Santana explicou que o grande avanço da indústria farmacêutica para doenças causadas por vírus é o desenvolvimento não só de tratamentos, mas de vacinas.“Por exemplo, nos Estados Unidos a FDA (agência reguladora americana) acaba de aprovar a primeira vacina no mundo contra vírus sincicial respiratório para pessoas com 60 anos ou mais. O vírus pode causar em pessoas idosas pneumonite viral, internações por pneumonite viral grave e morte”.em criançasPrincipais doençasOs problemas que mais atingem bebês e crianças são vírus, como os respiratórios, ou ainda  arboviroses, como a dengue. A maior parte deles não tem medicamento específico, mas tratamento para sintomas, além de requerer  atenção para os sinais de agravamento.BronquioliteÉ uma inflamação aguda dos bronquíolos. Uma das principais causas de internação em bebês e em crianças menores, geralmente é causada  por vírus como o VSR (vírus sincicial respiratório). “Como outros quadros virais, não existe um remédio específico”, afirmou a pediatra Flavia Tavares Silva Dela Fuente Araújo.Hoje, existem vacinas contra o VSR em desenvolvimento.DengueA doença, transmitida pela picada de mosquito, também tem levado muitas crianças a internações, em caso de agravamento. O tratamento hoje consiste, principalmente, na hidratação e coleta de exames para monitoramento. Entre as novidades, está a aprovação de vacina contra a dengue, aprovada em março pela Anvisa.GastroenteritesProblema comum em crianças, as gastroenterites virais têm como tratamento principal a hidratação. No entanto, nos últimos anos, a indústria farmacêutica investiu em uma série de terapias e repositores de flora intestinal para melhora dos quadros.Mão-pé-boca Doença comum na infância, é caracterizada por lesões vesiculares nas mãos, pés e boca. Pode causar febre, dor e dificuldade de se alimentar. Mesmo com sintomas desaparecendo em alguns dias, é contagiosa, por isso exige atenção. Ainda não existe vacina contra o vírus e hoje  são tratados apenas os sintomas. 

Em casos de vírus, como respiratórios e dengue, os tratamentos que temos hoje são de suporte, para sintomas

Flavia Tavares Silva Dela Fuente Araújo,

Pediatra

 Leia maisOMS declara fim da emergência de saúde da MpoxPacientes em hospital de Vitória têm ajuda de “cães terapeutas”Em idososPrincipais doençasEntre as doenças que atingem pacientes idosos e cujos tratamentos ainda desafiam a Medicina está o Alzheimer, herpes zóster, osteoporose, além de sarcopenia. Algumas doenças já estão na expectativa de aprovação ou desenvolvimento de novas terapias.AlzheimerÉ um transtorno neurodegenerativo, que se manifesta pela deterioração cognitiva e da memória. O geriatra e professor da faculdade de Medicina da Ufes Roni Chaim Mukamal disse que os medicamentos hoje são voltados para os sintomas, mas não agem na doença. “A expectativa é para remédios que estão sendo estudados, e que agem no processo patológico da doença. Quando tivermos disponíveis esses medicamentos, poderemos retardar o processo”.Herpes zósterÉ uma doença causada pelo vírus varicela zoster (mesmo da catapora). Surge de modo gradual, com a formação de pequenas bolhas, podendo causar nevralgia (dor  forte). O geriatra Roni Chaim Mukamal explicou que entre as novidades na área está a nova vacina que previne a reinstalação do vírus.OsteoporoseSe caracteriza pela perda progressiva de massa óssea, tornando os ossos enfraquecidos e predispostos a fraturas. Segundo médicos, hoje a maior parte dos medicamentos bloqueiam a perda óssea. “Tratamentos mais recentes também aumentam a massa óssea, importantes para pacientes com osteoporose mais grave”, afirmou Roni Mukamal.SarcopeniaÉ uma alteração da musculatura, caracterizada pela redução da força e da massa muscular. Em idosos, essa perda está associada a quedas e uma série de consequências negativas ao idoso. O tratamento hoje conta com nutrientes, aminoácidos, proteínas e exercícios. Estão em fase de  estudo o uso de bloqueadores para a perda da função muscular. 

Para o Alzheimer, a expectativa é de termos medicamentos que agem para retardar o avanço da doença

Roni Chaim Mukamal,

Geriatra e professor de Medicina da Ufes

 algumas novidades1 Tratamento para bebês prematurosFoi aprovado o uso do medicamento aflibercepte para o tratamento da Retinopatia da Prematuridade (ROP), doença ocular que afeta a vascularização da retina e atinge cerca de 25% dos recém-nascidos prematuros. O medicamento já tem aprovação da agência para outras doenças. 2 Medicamento para Neuromielite ÓpticaO medicamento Ultomiris (ravulizumabe) teve aprovada uma nova indicação para doença do espectro da neuromielite óptica (doença inflamatória, autoimune do sistema nervoso central). Atinge principalmente  os nervos ópticos e a medula espinhal, causando a perda da visão, dificuldade para andar, entre outros sintomas.3 Anticorpos contra câncer no sangueFoi aprovado em março, o Tecvayli (teclistamabe) como monoterapia para o tratamento de adultos com mieloma múltiplo, que receberam anteriormente outras terapias. A medicação é um anticorpo biespecífico que induz a morte das células tumorais.  4 InsulinaFoi aprovado o medicamento Semglee (insulina glargina). Ele é indicado para o tratamento de diabetes mellitus tipo 2 em adultos, e diabetes mellitus tipo 1 em adultos e em crianças com mais de 2 anos que necessitam de insulina basal (longa duração).5 Perda de pesoOutra aprovação é do Wegovy (semaglutida), indicado como um adjuvante a uma dieta de baixa caloria e exercício físico aumentado para controle de peso, incluindo perda e manutenção de peso. 6 Medicamento para psoríaseSpevigo (espesolimabe) é indicado para o tratamento de exacerbações de Psoríase Pustulosa Generalizada (PPG) em pacientes adultos.7 Para câncer gástrico A Anvisa aprovou uma nova indicação para o pembrolizumabe: ele passa a ser indicado também para o tratamento de câncer gástrico.Fonte: Anvisa, pesquisa A Tribuna e laboratórios consultados.Leia maisFiocruz detecta dengue tipo 3 no Brasil após 15 anos sem epidemiaMais 200 mil vagas para atendimento com dentistas pelo SUS

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