PF investiga fuga de 2 presos de penitenciária federal de segurança máxima em Mossoró (RN)

O presídio está em reforma e a Secretaria Nacional de Políticas Penais do Ministério da Justiça desconfia que as obras podem ter favorecido a fuga dos presos. A Polícia Federal está investigando a fuga de dois presos de uma penitenciária federal de segurança máxima em Mossoró, no Rio Grande do Norte.
O Ministério da Justiça identificou os fugitivos como Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento, ambos da facção criminosa Comando Vermelho.
Deibson Cabral Nascimento
JN
No Tribunal de Justiça do Acre, Deibson tem o nome ligado a mais de 30 processos, organização criminosa, tráfico e roubo. Rogério responde por homicídio; tem o nome em mais de 50 processos.
Os dois passaram pelo Presídio Federal de Catanduvas e também pelo sistema prisional do Acre, onde participaram da rebelião que terminou com cinco mortos no presídio de segurança máxima Antônio Amaro Alves, em Rio Branco, em julho de 2023. Dois meses depois, em setembro, eles foram transferidos para o presídio federal de Mossoró.
Rogério da Silva Mendonça
JN
Esta foi a primeira fuga registrada em um sistema penitenciário federal, desde que ele foi criado em 2006. O Ministério da Justiça não informou os detalhes da ação desses bandidos, nem mesmo o horário em que a fuga aconteceu.
A penitenciária de Mossoró, que fica na região oeste do Rio Grande do Norte, está em reforma e há uma suspeita por parte do ministério de que essa obra pode ter favorecido a ação desses detentos.
A Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Norte disse que recebeu um pedido de apoio para buscas na região no começo da manhã, que policiais militares estão empenhados na operação e que aumentou o policiamento nos presídios estaduais para evitar motins.
O governo do Rio Grande do Norte disse ainda que avisou os governos do Ceará e da Paraíba – estados vizinhos – para reforçar a segurança nas divisas.
O secretário nacional de políticas penais, André Garcia, desembarcou em Mossoró por volta das 18h40. Ele vai investigar as circunstâncias da fuga.
O Brasil tem cinco presídios federais
JN
Os presídios de segurança máxima são administrados pelo Ministério da Justiça e contam com cinco unidades:
Brasília
Campo Grande (MS)
Catanduvas (PR)
Porto Velho (RO)
Mossoró, onde ocorreu a fuga
O sistema penitenciário federal foi criado com o objetivo de combater o crime organizado, isolar os chefes de facções criminosas e os presos de alta periculosidade. Segundo o Ministério da Justiça, o nível de monitoramento dentro das unidades prisionais é o mais alto possível.
Entenda como funciona presídio de segurança máxima de Mossoró, que registrou a 1ª fuga da história no sistema penitenciário federal
As celas são individuais e têm 7m². Dentro, há dormitório, sanitário, pia, chuveiro, mesa e assento. Cada movimento do detento é monitorado. O chuveiro liga em hora determinada, a comida chega através de uma portinhola e a bandeja é inspecionada. No percurso da cela até o pátio, onde se toma sol, as mãos devem estar sempre algemadas.
É transferido para uma penitenciária federal o detento que se enquadrar em pré-requisitos como:
Ter desempenhado função de chefia ou participado de forma relevante em organização criminosa;
Ser integrante de quadrilha ou bando, envolvido na prática reiterada de crimes com violência ou grave ameaça.
Os presos são incluídos no sistema penitenciário federal por um prazo de 3 anos, prazo que pode ser prorrogado quantas vezes forem necessárias. A capacidade total nas penitenciárias federais é de 832 detentos e a ocupação atual é de 492.
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