Resistentes ao fim do carnaval, foliões usam a mesma fantasia todos os anos no Bacalhau do Batata

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O Bacalhau do Batata foi às ruas nesta Quarta-feira de Cinzas (14), com foliões fazendo contagem regressiva para a próxima festa de Momo. O bloco do Bacalhau do Batata, no carnaval de Olinda, é representado no tradicionalismo dos foliões fieis, que têm o costume de usar a mesma fantasia todos os anos na Quarta-feira de Cinzas. O bloco que reúne os resistentes ao fim do carnaval foi fundado em 1962, pelo garçom Isaías Pereira da Silva, mais conhecido como Batata.
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Com uma placa contando que faltam 381 dias para o próximo carnaval, que começa no dia 1º de março de 2025, Sérgio Barreto, de 66 anos, brincou que “costuma provocar ansiedade” nos foliões.
“As pessoas que passaram praticamente a semana toda brincando o carnaval ficam desesperadas quando veem a placa. Mas a gente que curte na paz e na tranquilidade tem paciência para esperar sem problema nenhum”, afirmou.
Sérgio Barreto, de 66 anos, com uma placa que avisa quantos dias faltam para o próximo carnaval
Alice Albuquerque/g1
Para brincar com o estado dos foliões depois dos quatro dias de folia, o casal de servidores públicos Sérgio Macedo e Wilson Albuquerque há seis anos se fantasia de “alma” na Quarta-feira de Cinzas.
“Essa fantasia representa as almas depois de toda a folia do carnaval. É o renascimento, como se fosse a redenção para se preparar para o próximo ano que se inicia”, afirmou Sérgio.
Por sua vez, Wilson detalhou que a fantasia foi montada aos poucos. “Inicialmente, compramos a máscara e, a partir dela, criamos alguma coisa que a gente pudesse ficar totalmente vestidos por causa do calor, aí a fantasia foi surgindo”.
Sérgio Macedo e Wilson Albuquerque fantasiados de almas no Bacalhau do Batata
Alice Albuquerque/g1
Amigo de Isaías Pereira da Silva, mais conhecido como Batata, que fundou o Bacalhau do Batata, o motorista de aplicativo José Amaral, de 68 anos, usa um colar em homenagem ao bloco desde a sua fundação, em 1962.
O adereço é feito com bacalhau e batatas penduradas. “Esse colar é exclusivo e eu venho para homenageá-lo. De onde ele estiver, tenho certeza de que ele está brincando carnaval. Assim como ele, eu trabalho nos dias de carnaval e folgo na Quarta-feira de Cinzas”, contou.
Segundo Amaral, para reaproveitar o bacalhau usado no adereço, que fica revestido em um papel filme, ele faz um omelete quando chega em casa.
José Amaral, de 68 anos, com um colar em homenagem ao Bacalhau do Batata
Alice Albuquerque/g1
Selma Valongueiro e Ricardo Gusmão estavam fantasiados de casal de bruxos. Eles usam a mesma fantasia no Bacalhau do Batata há 15 anos.
“Escolhemos essa roupa porque nos identificamos. Quando conheci ele [Ricardo Gusmão], ele já saía de bruxo. Usamos outras fantasias nos outros dias e vamos a pelo menos dois blocos por dia. A gente só vai em casa tomar banho, comer e trocar a fantasia durante o carnaval”.
Ricardo Gusmão e Selma Valongueiro fantasiados de bruxo e bruxa
Alice Albuquerque/g1
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