A ideia é que, no futuro, clínicas e hospitais possam utilizar impressora 3D para produzir próteses personalizadas aos pacientes. Produto é mais natural e oferece a mesma segurança. Pesquisa da USP de São Carlos desenvolveu enxerto ósseo a partir do amido encontrado em batata e milho
Renan Ciconello/EPTV
Uma pesquisa do Instituto de Química de São Carlos (IQSC), da Universidade de São Paulo (USP), desenvolveram enxertos ósseos à base de amido. A ideia é que, no futuro, clínicas e hospitais possam utilizar uma impressora 3D para produzir próteses personalizadas aos pacientes.
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Pesquisa da USP São Carlos desenvolve enxertos ósseos à base de amido
Produção do enxerto ósseo
É da batata, da mandioca e do milho, por exemplo, que os pesquisadores extraem o amido, tipo de carboidrato usado para fazer a prótese para enxerto ósseo, que é produzido numa impressora 3D.
“Como o osso é formado de um polímero, o colágeno, acrescentado de uma cerâmica. A gente pensou, em vez de usar o colágeno, que não tem essa capacidade ainda muito interessado para texturizar, utilizar o amigo para esse princípio”, disse a pesquisadora do IQSC da USP Bianca Maniglia.
Enxerto ósseo feito a partir do amido é feito em impressora 3D pela USP de São Carlos
Renan Ciconello/EPTV
O amido usado na pesquisa é o mesmo comprado no mercado. Com 95% de pureza, o produto é modificado em laboratório para ficar mais consistente. O amido alterado fica dez vezes mais rígido que o comum, firmeza ideal para as próteses.
As próteses disponíveis no mercado atualmente são feitas de material sintético. Alguns enxertos usam ossos de animais ou até mesmo do próprio paciente.
Com essa possibilidade, existe a garantia de um produto muito mais natural e que também oferece a mesma segurança. Com esse enxerto o paciente precisa fazer apenas uma cirurgia pois ele é biodegradável e não exigirá um novo procedimento operatório para conclusão do tratamento.
A pesquisadora do IQSC da USP de São Carlos Bianca Maniglia
Vitor Ciconello/EPTV
“O nosso osso tem uma capacidade brilhante de se autorregenerar, mas no caso de fraturas críticas, maior de 6 milímetros por exemplo, não tem a possibilidade das células terem um suporte para se aderirem e formar esse novo osso. A ideia é que, quando um paciente tenha uma fratura crítica, a gente consiga colocar esses enxertos para que as células consigam aderir nessa superfície e sejam capazes de formar novamente um osso ali dentro”, afirmou a pesquisadora.
O projeto faz parte de uma pesquisa com 8 participantes, que começou há dois anos e teve parceria com a USP de Ribeirão Preto e extensão na França. 70% do processo já foi concluído. Em cinco anos as próteses devem estar prontas para o mercado.
“A gente já fez esses estudos in vitro (em laboratório). A gente viu que ela consegue aderir. Além de aderir, a gente consegue atuar, metabolizar e produzir esse mineral ósseo, então nesses estudos a gente tem aspectos bem positivos”, concluiu Bianca.
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Enxertos ósseos à base de amido são desenvolvidos em pesquisa da USP de São Carlos
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