Beltrão bate recorde de adoções

Por Leandro Czerniaski – O encaminhamento de crianças e adolescentes para famílias adotivas teve o melhor resultado no ano passado em Francisco Beltrão. Foram 11 adoções efetivadas pela Vara da Infância e Juventude; quase metade do total de adoções concretizadas nos últimos quatro anos – 24. As crianças e adolescentes adotadas em 2022 tinham idade entre um e 16 anos. O recorde é consequência de um trabalho conjunto do Tribunal de Justiça, famílias e grupos de apoio.

Eliane Menegazzo, psicóloga da Vara da Infância e Juventude: processo vem evoluindo, mas algumas famílias ainda impõem restrições ao perfil de criança. Foto: Arquivo pessoal.

Apesar dos avanços, a psicóloga do Tribunal de Justiça, Eliane Menegazzo, explica que ainda há muitas restrições pelas famílias que se propõem a adotar. “No Paraná temos quase 3 mil crianças e adolescentes acolhidos e quase 400 disponíveis para adoção. Na outra ponta, há 2,4 mil famílias na fila, mas essa conta não fecha porque muitos pretendentes colocam um perfil ideal que nem sempre está disponível”, comenta. Segundo ela, dados estaduais apontam que 95% das famílias não querem crianças com deficiência ou doenças, 90% procuram adotar quem tenha menos de oito anos e a maioria busca crianças que não tenham irmãos.

O encaminhamento de irmãos às famílias pretendentes é um dos desafios que o sistema de adoção tem enfrentado. Em muitos casos, as violências que ocorrem nas famílias de origem afetam todos os filhos, quando há mais de um, e todos são conduzidos para o acolhimento e adoção. A prioridade, segundo Eliane, sempre será a adoção de irmãos por uma única família e, quando isso não for possível, se busca mantê-los na mesma cidade e mantendo a convivência. “A adoção é para atender uma necessidade da criança ou adolescente, então vamos buscar uma família que contemple aquilo que o jovem precisa e não o contrário”, destaca a psicóloga.

Adoção é irrevogável

O tempo de espera para quem pretende adotar é muito relativo e depende, principalmente, do perfil escolhido. As crianças e adolescentes que são retiradas das famílias de origem ficam acolhidas em abrigos ou, preferencialmente, em famílias acolhedoras. Os candidatos a adotarem podem optar por bebês e jovens de qualquer estado do País e quando encontram o perfil desejado passam por um chamado estágio de convivência, com a guarda provisória. Só depois desse período é que a Justiça concretiza a adoção, com emissão de uma nova certidão de nascimento. Esse é um processo irrevogável.

Grupo apoia pais e pretendentes

Em Francisco Beltrão, o Grupo de Apoio à Adoção (GAA) tem sido um importante elo entre a Justiça e famílias pretendentes. “A proposta é reunir pais adotivos e pretendentes para uma roda de conversa, buscar orientar, ouvir experiências, as dificuldades, alegrias e, mais recentemente, integrar os filhos neste processo todo com atividades e temas variados”, comenta Gessemir Dantas, uma das fundadoras do GAA. O trabalho do Grupo pode ser acompanhado pelas redes sociais (@gaa_fbeltrao) e mais informações obtidas pelo Whats (46) 9.9900-0679.

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