Paraíba tem o terceiro maior índice de analfabetismo do Brasil, aponta estudo do IBGE

Com 13,6% de analfabetos, estado só tem números melhores que Piauí (14,8%) e Alagoas (14,4%). Sala de aula vazia em escola municipal paraibana
Prefeitura de Patos/Divulgação
A Paraíba é o terceiro estado do Brasil com maior índice de analfabetismo entre as pessoas que tenham pelo menos 15 anos. São 13,6% de analfabetos no estado, ficando à frente apenas de Piauí (14,8%) e de Alagoas (14,4%) e com números piores do que a média nacional (5,6%) e regional (11,7%). Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua: Educação 2022, divulgada nesta quarta-feira (7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Outros números preocupam. Por exemplo, a Região Metropolitana de João Pessoa tem a maior taxa de analfabetismo entre todas as regiões metropolitanas do país. O índice é ficou em 8%. E, embora menor do que a média estadual, se destaca negativamente quando comparado com o resto do país.
Para completar, a Paraíba tem a menor proporção do país de pessoas de 25 anos ou mais de idade que tinham pelo menos o Ensino Básico Obrigatório, ou seja, que concluíram no mínimo o Ensino Médio. A taxa de 39,6% ficou bem abaixo da média brasileira (53,2%) e da média nordestina (44,1%).
A TV Cabo Branco entrou em contado com a Secretaria de Estado da Educação, que ficou de emitir uma nota sobre a questão. Mas isso ainda não aconteceu.
Apesar dos números ruins, a série histórica demonstra ao menos que o estado vem com tendência de redução da taxa de analfabetismo ao longo dos anos. O levantamento, que visa retratar a realidade do sistema educacional brasileiro, aponta que em 2016, o indicador da Paraíba era de 15,4%.
Nordeste com problemas
Os dados do IBGE mostram que, ano após ano, os números de pessoas analfabetas vem caindo no país, mas a redução vem sendo percentualmente menor no Nordeste. Os nove estados da região ocupam as nove piores posições.
Assim, a taxa de analfabetismo no Nordeste está atualmente em 13,9%, contra 7,9% no Norte, 5,2% no Centro-Oeste, 3,5% no Sudeste e 3,3% no Norte.
“A diminuição da taxa de analfabetismo é uma das metas do atual Plano Nacional de Educação (PNE), que tem vigência até 2024. Um dos itens seria a redução da taxa da população de 15 anos ou mais para 6,5% em 2015 e a erradicação em 2024″, explica Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE.
Os números mostram ainda uma grave desigualdade de cor e raça no país. Das pessoas que chegam aos 60 anos sem saber ler e escrever, 23,3% são pretas e pardas e 9,3% são brancas. Uma diferença que caiu, mas que continua alta. Isso porque, em 2016, a diferença era de 18,9 pontos percentuais, enquanto em 2022 a diferença ficou em 14 pontos percentuais.
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