Empreendedorismo no campo

José Zeferino Pedrozo presidente da Faesc/Senar-SC.

O empreendedorismo depende de muitos fatores, mas os estímulos que programas públicos e privados oferecem só ganham repercussão quando o agente econômico – o empreendedor – sente-se genuinamente tocado pelos desafios. No setor primário da economia o empreendedorismo está presente em cada etapa do processo laboral-empresarial em qualquer uma das cadeias produtivas.

Efetivamente, as atividades agrícolas, pecuárias e extrativas estão sujeitas a uma variada gama de fatores que só o espírito empreendedor e a capacidade de gestão (e muitas vezes de improvisação) mantêm o produtor rural, na verdade um empresário rural, no rumo da inovação e do crescimento. 

Planejar uma safra, comprar equipamentos, renovar maquinário, construir instalações agrícolas e incorporar novas tecnologias são etapas de um empreendedorismo sem fim, pois vem revestidas de melhorias e avanços proporcionados pela ciência e pela tecnologia.

O Sistema S tem sido, nas últimas décadas, pródigo aos estímulos do empreendedorismo no campo. Senar, Sebrae e Sescoop desenvolveram – cada um com seus recursos, suas metodologias e suas prioridades – exitosos programas que permitiram mudar o perfil do empresário rural, quer seja mediante o desenvolvimento de habilidades de gestão do seu negócio, quer seja através do conhecimento e do acesso aos novos recursos tecnológicos.

Tudo isso aliado a uma nova e mais aguçada visão das mudanças e transformações que moldam os novos tempos, definem novas condutas e estabelecem as novas condicionantes do mercado. Capacidade para ler e interpretar com perspicácia  os movimentos mercadológicos são outros benfazejos efeitos da capacitação.

A extraordinária intercooperação entre as entidades do Sistema S em Santa Catarina, com o apoio das cooperativas (Aurora Coop, em especial), tem produzido resultados excepcionais no universo rural barriga-verde, elevando a qualidade de vida das famílias e otimizando os resultados econômicos em produtividade e em lucratividade. Programas como Gestão da Qualidade Rural, De Olho na Qualidade Rural, Times de Excelência, Empretec Rural, Negócio Certo Rural – a maioria deles reunidos no Encadeamento Produtivo, antigamente chamado de programa de desenvolvimento de produtores rurais cooperativistas – emergiram da criatividade de nossos técnicos, gestores e consultores e – em face de seu retumbante sucesso – ganharam expressão nacional e passaram a ser replicados em outras unidades da Federação. 

Milhares de estabelecimentos rurais foram beneficiados, com resultados aferíveis não apenas nos ganhos econômicos, mas também na questão da sustentabilidade em face do uso racional e da maior proteção dos recursos naturais. Outro fator revelador do êxito desses programas é o fortalecimento da autoestima dos produtores/empresários rurais e suas famílias cujos efeitos mais animadores se verificam no retorno dos jovens ao campo. Em face desse fenômeno, em muitas regiões, o êxodo rural foi neutralizado ou revertido. 

Deficiências de internet e de energia são obstáculos para ingresso no universo digital e para a incorporação de tecnologias em algumas regiões, mas o Poder Público promete suprir essas questões com novas estruturas e a instalação de linhas trifásicas de transmissão.

O sucesso empresarial (da propriedade rural) e econômico (das atividades agropecuárias) naturalmente alavanca as melhorias de vida e trabalho nas áreas agrícolas, refletindo o desenvolvimento que toma conta do campo. Com o apoio do Sistema S, o empreendedorismo no campo é uma realidade incontestável.

Fonte: Sistema Faesc/Senar-SC.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.