75% dos microempreendedores individuais que atuam no setor de beleza em Sergipe são mulheres

Levantamento do Sebrae destaca a presença feminina no setor como forte geradora de desenvolvimento econômico e social do estado. Tácia Tamires na recepção do salão de beleza
Arquivo pessoal
75% dos microempreendedores individuais que atuam no setor de beleza em Sergipe são mulheres, de acordo com dados do Sebrae/SE. O levantamento destaca a presença feminina no setor como forte geradora de desenvolvimento econômico e social do estado.
Tácia Tamyres Lima Fonseca, de 35 anos, faz parte desse número. Formada em direito, ela realizou o sonho de ter o próprio negócio em 2018, quando abriu um salão de beleza com serviços completos. Na ocasião, ela aliou a vontade de empreender à necessidade de ter mais tempo para estar com a filha, que na época tinha 4 anos. “Eu estava querendo investir em um negócio próprio, o salão estava à venda e beleza sempre foi um ramo que gostei, então resolvi apostar”.
Apesar das dificuldades de um setor competitivo, Tácia conta que empreender na beleza trouxe vantagens como poder ter liberdade de horário, trabalhar em um ambiente alegre e descontraído, e o principal: enaltecer a beleza da mulher.
“Elas saem do salão com a autoestima renovada, sei como isso é importante. Nós mulheres carregamos muitas demandas e, muitas vezes, não temos tempo para cuidar de nós mesmas. Fazer a unha ou cuidar do cabelo e da pele é importante para manter o equilíbrio emocional diante dos desafios”, disse Tácia.
Atualmente, no salão de beleza de Tácia, são 15 colaboradoras mulheres- 4 cabeleireiras, 8 manicures e uma depiladora que são também microempreendedoras individuais, além de uma recepcionista de carteira assinada e um barbeiro também MEI.
Para ela, um dos grandes desafios de empreender, é manter-se ativa no mercado com preço justo e serviço de qualidade, levando em consideração o aumento dos preços dos produtos. Sobre o futuro, Tácia diz que planeja ter um espaço maior para atender outros serviços, como uma cafeteria, além de não pagar mais aluguel.
Salão de Beleza
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Também no ramo de beleza, a jornalista e empreendedora, Gláucia Valença, de 38 anos, apostou no setor desde 2013, quando morava no Rio de Janeiro e não atuava na comunicação. Em 2019, de volta à capital sergipana, e já trabalhando em sua área de formação, resolveu investir mais um vez no trabalho como designer de sobrancelhas. Investiu em cursos, alugou uma sala e começou a formar sua clientela. “É um mercado muito propício e a qualidade do serviço e o atendimento são os diferenciais”, lembrou.
Gláucia Valença fazendo designer de sombrancelhas em cliente
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Gláucia administra sozinha o pequeno negócio. “Eu sozinha consigo dar conta do serviço. Sou a responsável pela organização da agenda de clientes, por fazer os procedimentos e protocolos, pela higienização do espaço, por administrar e registrar o movimento de caixa, pela logística e compra de materiais e suprimentos e pelo atendimento do cliente antes e pós procedimento”
Segundo ela, ser dona do próprio negócio permite adequar com mais facilidade sua rotina ao trabalho.
“Eu faço meu tempo, eu consigo participar das atividades escolares da minha filha, consigo cuidar mais de minha saúde. Tenho disponibilidade de viver de uma forma que eu quero viver, que eu quero envelhecer. Trabalho, dou duro, mas tenho meu tempo para cuidar de mim e da minha família.
Ainda para Gláucia, o grande desafio da área da beleza é utilizar de maneira assertiva as ferramentas digitais. “É uma dificuldade que tem me levado a outros horizontes, porque isso está fazendo com que eu pesquise e estude mais esse campo para que possa ter uma visibilidade ainda melhor”, disse acrescentando que pretende ampliar os atendimentos e se dedicar totalmente ao empreendedorismo.
MEI no setor de Beleza
Para a gerente do Escritório Regional do Sebrae em Aracaju, Rejane Lessa, os microempreendedores individuais, microempresas e empresas de pequeno porte geram uma renda mensal de cerca de R$ 233,8 milhões para os empreendedores, o que significa um volume de quase R$ 2,8 bilhões ao ano injetados na economia de Sergipe. No Brasil, eles contribuem com R$ 420 bilhões de toda a riqueza produzida.
“Os pequenos negócios desempenham um papel fundamental em nossa economia, eles são fundamentais para a geração de empregos no nosso estado. Nos últimos doze meses foram criados 9.868 postos de trabalho nesses empreendimentos. Isso representa 65,8% das vagas com carteira assinada abertas em Sergipe”, disse a gerente.
Você sabe o que é microempresa, empresa de pequeno porte e MEI?
De acordo com o Sebrae, o MEI é uma categoria jurídica direcionada as pessoas que trabalham por conta própria, faturam até R$ 81 mil ao ano, não possuem participação em outras empresas como sócio ou titular e empregam no máximo um funcionário recebendo o salário mínimo ou o piso da categoria.
A partir do pagamento de uma taxa mensal de no máximo R$ 72 o trabalhador passa a contar com auxílio doença, salário maternidade, aposentadoria após 15 anos de serviço e pensão por morte. Outros benefícios importantes são poder vender para o governo, ter acesso facilitado aos serviços bancários e linhas de crédito.
Microempresas são empreendimentos que faturam entre R$ 81 mil e R$ 360 mil por ano, enquanto empresas de pequeno porte são aquelas que faturam entre R$ 360 mil e 4,8 milhões por ano.
Saiba como abrir um pequeno negócio
De acordoc om o Sebrae, a abertura e o gerenciamento de um novo negócio exigem habilidades e conhecimentos, como entender o mercado, o público e planejar bem cada etapa. Uma boa administração considera, também, estratégias de marketing, um fluxo de caixa controlado e passa, ainda, por muita criatividade e inovação. Confira algumas dicas:
Antes de se abrir um negócio, é preciso saber que tipo de empresa você quer investir. Na página do Sebrae há um material com mais de 400 ideias para quem quer empreender.
Tendo a ideia e para torná-la realidade, é preciso ter perfil empreendedor, conhecer a realidade do mercado e organizar um plano de negócio. Esse plano também pode ser construído com a ajuda do Sebrae. É por meio dele que o empreendedor terá informações detalhadas do seu ramo, produtos e serviços, clientes, concorrentes, fornecedores e, principalmente, pontos fortes e fracos do negócio, contribuindo para a identificação da viabilidade de sua ideia e da gestão da empresa.
O empreendedor precisa também avaliar se vai ser necessário buscar crédito junto às instituições financeiras para o negócio. Para obter crédito, você pode precisar de dicas de gestão de dinheiro e de como conseguir auxílios financeiros para as suas necessidades profissionais.
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