Justiça de SP absolve PM que atirou e matou motociclista desarmado em 2020; veja vídeo

Foram dois tiros: um na lateral do corpo e outro perto do peito. O cabo chegou a ser preso em flagrante por assassinato, mas depois foi solto pela Justiça a pedido da defesa. Desde então o réu respondeu ao crime em liberdade. A Justiça de São Paulo absolveu nesta quinta-feira (1º) o cabo da Polícia Militar (PM) Claiton Marciano dos Santos da acusação de homicídio contra o motociclista Nadson Miranda, em 2020 na Zona Sul da capital.
Ele tinha 23 anos, dirigia uma moto roubada horas antes e estava sem capacete.
Claiton Marciano dos Santos, de 45 anos, que atirou quando Nadson já estava parado e descendo da moto.
A vítima estava desarmada. Foram dois tiros: um na lateral do corpo e outro perto do peito. O cabo chegou a ser preso em flagrante por assassinato, mas depois foi solto pela Justiça a pedido da defesa. Desde então o réu respondeu ao crime em liberdade.
Uma câmera de segurança gravou o crime (veja abaixo).
Policial é preso em flagrante na Zona Leste após matar homem em moto durante abordagem
A maioria dos jurados reconheceu que o cabo Claiton matou Nadson, mas entendeu que ele agiu em legítima defesa. Por este motivo, o júri popular o inocentou da acusação de assassinato. Coube à juíza Juliana Dias de Almeida Felippo, da 4ª Vara do Júri, confirmar a sentença com a absolvição do acusado.
Cabe recurso, no entanto, da decisão judicial. O g1 não encontrou o representante do Ministério Público (MP), responsável pela acusação, para comentar o assunto até a última atualização desta reportagem.
“A decisão dos jurados que absolveu o policial militar foi correta, o disparo efetuado pelo mesmo foi em legítima defesa, uma vez que ele além de não obedecer a ordem legal, tentou atropela-lo e no instante da abordagem ele levou a mão a região da cintura fazendo com que o policial naquele momento entendesse que ele sacaria uma arma e nesse sentido efetuasse um disparo nele na região lateral do corpo e não nas costas, e dessa forma a tese da defesa acolhida pelos jurados foi de legítima defesa putativa”, disse à reportagem o advogado Renato Soares do Nascimento, que defendeu o policial.
Entenda o caso
Três dias após a prisão, Claiton foi solto por decisão da Justiça. No pedido de liberdade, a defesa alegou que ele tem bronquite e teve contato com pessoas com Covid-19.
O Ministério Público (MP) denunciou o cabo pelo crime em 5 de agosto. A Justiça aceitou a denúncia, e o PM se tornou réu em 10 de agosto.
O cabo continua trabalhando na PM, mas foi afastado das ruas e faz serviços administrativos.
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