Governo de SP anuncia comitê de emergência contra a dengue; casos aumentaram 47% em relação a 2023

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Nas primeiras quatro semanas de janeiro de 2024, foram registrados 19.243 casos da doença, contra 13.033 registros no início de 2023. Imunizante chegará apenas a 10% dos municípios brasileiros devido à baixa capacidade de produção do laboratório responsável. Aedes aegypti é reconhecido por sua coloração escura com listras brancas ao longo do corpo e pernas; ele é menor que outros mosquitos comuns e é diurno
GETTY IMAGES via BBC
O governo de São Paulo anunciou nesta quarta-feira (31) a criação de um comitê de emergência contra a dengue. Os dados sobre a doença na quarta semana de janeiro mostram que os casos confirmados continuam em alta.
Nas primeiras quatro semanas de janeiro de 2024 foram registrados 19.243 casos;
Foram 6.210 casos a mais do que no mesmo período de 2023, ou seja, houve alta de 47%;
Já a letalidade pela doença diminuiu: foram três mortes no início de 2024 contra 13 no ano passado, uma queda de 76%.
Vacina contra dengue
O governo disse que a vacina contra a dengue que está sendo desenvolvida pelo instituto Butantan deve ser apresentada à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em setembro para que a produção comece no ano que vem.
A vacinação com o imunizante estrangeiro, comprado pelo Ministério da Saúde, começa em fevereiro, mas em apenas 11 cidades do Alto Tietê, já que não há doses suficientes para todo o estado.
A Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo (SMS) enviou na terça-feira (30) um ofício à ministra da Saúde, Nísia Trindade, solicitando o envio imediato de doses do imunizante contra a dengue para a capital paulista.
Vacina contra a dengue aprovada pela Anvisa
Reprodução EPTV
Na última quinta-feira (25), o Ministério da Saúde divulgou a lista dos cerca de 500 municípios brasileiros que receberão doses do imunizante num primeiro momento para vacinação do público-alvo, da faixa entre 10 e 14 anos. A cidade de São Paulo ficou de fora dessa relação.
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No ofício, o secretário Luiz Carlos Zamarco diz ter sido surpreendido pelo fato da capital não estar na lista do 1º lote de imunizantes e afirma que a cidade de SP tem estrutura adequada e já se preparou para o recebimento e aplicação das doses contra a doença.
Questionado, o ministério não confirmou se já recebeu o documento.
Cidade de SP registra 4 vezes mais casos de dengue em janeiro deste ano do que em 2023
Casos mais que quadruplicaram no início do ano
Somente nas três primeiras semanas de 2024, o número de casos confirmados de dengue no município mais do que quadruplicou em relação ao mesmo período do último ano. De acordo com dados da prefeitura, foram 1.792 casos registrados, contra os 443 do ano anterior
Em todo o estado paulista, apenas 11 cidades foram incluídas na lista de envio do ministério, todas da região de saúde do Alto Tietê (veja lista abaixo). Como o imunizante ainda é de acesso limitado, especialistas dizem que conter a proliferação do mosquito Aedes aegypti segue sendo a melhor forma de prevenção da dengue.
Municípios paulistas que receberão doses de imunizante contra a dengue
Reprodução/TV Globo
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Doses limitadas
O imunizante adquirido pelo Ministério da Saúde é produzido pelo laboratório japonês Takeda. Devido à baixa capacidade de produção das doses, o governo brasileiro estabeleceu critérios para selecionar os municípios que terão prioridade no recebimento da vacina. Eles são:
Cidades de grande porte, com mais de 100 mil habitantes, e alta taxa de transmissão de dengue do tipo 2;
Municípios próximos a esses, pertencentes às mesmas “regiões de saúde”.
O ciclo vacinal contra a dengue é composto por duas doses, separadas por um intervalo de três meses. O público-alvo da campanha foi definido com base nos índices de internação pela doença nos últimos cinco anos. Segundo o ministério, a faixa etária que concentrou o maior número de hospitalização no período é de pessoas entre 10 e 14 anos.
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