Produção de mamão é nova aposta de produtores do noroeste do Paraná

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Incentivo partiu do Instituto de Desenvolvimento Rural, que distribuiu mudas da variedade ‘Bela Nova’. Agricultores do Noroeste do Paraná investem na produção de mamão
Há quatro anos o produtor rural José Carlos Salessi, de Umuarama, no noroeste do estado, passou a plantar mamões em sua propriedade. “Foi uma surpresa que nunca imaginei na minha vida, mexer com mamão”, comenta.
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Os Salessi fazem parte de um trabalho do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR), junto às prefeituras da região.
O objetivo é incentivar a produção de frutas, dentre elas o mamão. Depois de muita insistência, José resolveu participar: “Eles tinham montado um projeto para mais frutas aqui em Umuarama e aí faltava uma pessoa para completar o grupo. Vieram aqui e eu não queria, pois já mexia com outras atividades, sozinho. Com muito custo, acabaram me conquistando”, relembra.
Inicialmente o produtor recebeu trezentas mudas, doadas. O instituto forneceu também assistência técnica. Mesmo com as dificuldades, os resultados foram satisfatórios e a família tomou gosto pela produção.
Anderson, casado com Beatriz, filha de José, é formado engenheiro agrônomo e largou a antiga profissão para se dedicar exclusivamente ao mamão.
“Tivemos uma rentabilidade excelente pelo padrão que a gente estava de trabalhar só aos finais de semana para cuidar da cultura. Agora, tem cinco meses, eu abandonei o trabalho e a minha esposa também. Estamos 100% dedicados aqui na cultura”, conta Anderson Cleiton Quinaia.
“Sobre a decisão de vir pra cá, não é fácil, pois você tem amor pela profissão, de ser professora, de formar novas profissões. Mas é gratificante estar aqui”, comenta Beatriz Maria Salessi.
Produção de mamão ganha força no noroeste do Paraná
Reprodução/RPC
A variedade escolhida foi a do mamão formosa bela nova que tem um padrão de peso de 1,8 kg – bom para comercialização, além de ser doce. Uma das características do cultivo de mamão é o longo tempo de produção da fruta.
Um mamoeiro tem estimativa de vida de 2 anos, mas a partir do décimo mês ele já começa a dar mamão e não para mais até o fim do ciclo. São mais ou menos 14 meses com fruta no pé.
O porte dessa variedade também é outro – ponto que o IDR-PR levou em consideração para trabalhar com os produtores.
“Justamente pela planta apresentar porte mais reduzido, facilita o processo – com 24 meses, o último fruto será colhido a cerca de dois metros e meio do chão. O produtor não vai precisar de escada para colher. E no caso de colheita mecanizada, ele não precisará construir uma plataforma. Dependendo das outras variedades, pode chegar a quatro metros de altura”, explica o técnico em agropecuária Bruno dos Santos Paschoal, extensionista do IDR-PR.
Na propriedade da família, na área de um hectare, com mil pés de mamão, são colhidas por semana cerca de 1500 frutas. Tudo o que é produzido é comercializado em mercados de Umuarama e de três cidades vizinhas.
“O pessoal de interessa pela aparência do produto, pela qualidade. Tendo qualidade, vende tranquilamente. A gente está contente com o resultado”, declara Anderson.
O preço varia de R$ 3 a R$ 4 o quilo. Hoje são apenas oito produtores em Umuarama que cultivam o mamão. Em todo o Paraná são apenas 76 hectares com a fruta. O maior produtor nacional é a Bahia, com mais de nove mil hectares.
Por isso, na visão do instituto, ainda há bastante espaço para o desenvolvimento do mamão no estado.
“Hoje o Paraná traz de fora 95% da fruta para ser consumida aqui. Então o potencial de crescimento é muito grande, tanto regionalmente quanto a nível de estado”, avalia Bruno.
Não à toa, o Anderson e a Beatriz estão plantando mais dois mil pés de mamão na área que já foi preparada. Um projeto que só saiu do papel por muita insistência, tornou-se o principal ganha-pão da família. Prova de que esforço e trabalho conjunto dão resultado.
“Foi uma nova descoberta, senti como se fosse um chamado”, diz.
E José finaliza: “Feliz por estar trazendo a minha família. Porque quando a gente vai ficando velho, tem que ter o pessoal para dar sequência. Para mim é muito gratificante”.
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