Israel será julgado por genocídio, decide Corte Internacional de Justiça

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Em ação promovida pela África do Sul, 15 juízes da Corte Internacional de Justiça decidiram que as acusações de genocídio do povo palestino por parte de Israel são “plausiveis”. Tribunal também definiu uma série de medidas cautelares contra o Estado sionista.

Felipe Annunziata | Redação


INTERNACIONAL – A Corte Internacional de Justiça, órgão judiciário da ONU, decidiu nesta sexta (26), aceitar a ação por genocídio promovida pela África do Sul contra Israel por conta do genocídio do povo palestino. É a primeira vez em 76 anos de ocupação militar da Palestina, que Israel se sentará no banco dos réus para responder sobre suas práticas genocidas.

Desde o início do atual massacre na Faixa de Gaza, em outubro, mais de 25 mil pessoas foram assassinadas pelo exército sionista. 70% delas são mulheres e crianças. O processo liderado pelos sul-africanos, além de denunciar isso, provou também a intenção clara de Israel em cometer genocídio contra os palestinos.

A Corte Internacional de Justiça julga apenas casos relacionados aos crimes de genocídio previstos na Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio, aprovada pela Assembleia Geral da ONU. Para as Nações Unidas não basta o assassinato em massa de pessoas para se comprovar genocídio, é preciso também ficar clara a intenção de um determinado páis em cometer este crime. 

Foi este todo o esforço da África do Sul no Tribunal de Haia. Ao fim, os juízes foram forçados, diante de tantas evidências a aceitar o caso e iniciar o processo. Ainda não é uma condenação, mas é a primeira vez que Israel responderá pela opressão aos palestinos.

Além disso, o tribunal determinou uma série de medidas cautelares para tentar diminuir os efeitos da ação genocida israelense. Algumas delas são a de interromper os ataques aos palestinos, impedir o incitamento ao genocídio contra os palestinos como grupo e garantir a entrada de ajuda humanitária em Gaza.

Apesar de todos os países serem em teoria obrigados a cumprir as decisão do Tribunal de Haia, na prática esse órgão não tem meios para forçar seu cumprimento. Portanto, a decisão de hoje cumpre principalmente um papel simbólico em desmontar a narrativa do sionismo, amplamente apoiado pela mídia burguesa, de que não há genocídio na Palestina.

Sistema internacional burguês não defende interesses dos povos

No entanto, não podemos nos iludir de que a luta pela libertação da Palestina será resolvida em uma corte internacional da burguesia. Apesar da decisão importante de hoje, a Corte Internacional de Justiça só chegou a ela após muita pressão das milhões de pessoas no mundo que se manifestam a favor do povo palestino, 

Na realidade, a única saída para o povo palestino é acredita na sua própria resistência e nas ações de solidariedade dos povos trabalhadores do mundo. O reconhecimento de um tribunal criado pelas potências imperialistas só mostra como é cada dia mais difícil esconder a realidade: a de que Israel é um Estado terrorista  que comete genocídio contra o povo palestino e precisa ser parado.

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