Inflação nos EUA se mantém estável em dezembro

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Os dados de inflação para dezembro nos Estados Unidos mostraram que a alta de preços está se estabilizando, uma informação relevante para o Federal Reserve (Fed, banco central americano), que terá que decidir sobre suas taxas de juros na próxima semana.

A inflação em 12 meses permaneceu estável em 2,6%, de acordo com o índice PCE divulgado nesta sexta-feira (26) pelo Departamento de Comércio, o dado mais acompanhado pelo Fed.

Na medição mês a mês, no entanto, a inflação teve um leve aumento de 0,2% em dezembro em relação a novembro, após os preços caírem 0,1% entre outubro e novembro. O dado está em linha com as expectativas dos analistas, segundo o consenso reunido pelo site especializado Briefing.com.

Dias antes da reunião de política monetária do Fed na próxima semana, o índice preferido pelo banco central indicou uma inflação subjacente – que exclui os preços voláteis de alimentos e energia – que continua se moderando, para 2,9% em 12 meses até dezembro.

“Os dados de inflação apoiam uma mudança na estrutura da política do FOMC (o comitê de política monetária do Fed) este ano”, estimou a economista-chefe da High Frequency Economics, Rubeela Farooqi, em uma nota aos clientes.

O FOMC manteve as taxas de juros altas na tentativa de conter a inflação. Taxas elevadas encarecem o crédito e desencorajam o consumo e o investimento, moderando as pressões sobre os preços.

O momento “exato” para um corte nas taxas “dependerá dos dados futuros, do mercado de trabalho, da inflação e do crescimento” da economia, acrescentou Farooqi.

Os corretores de futuros atribuem uma probabilidade de 97% para que o Fed mantenha suas taxas inalteradas, na faixa de 5,25-5,50%, em sua reunião na próxima terça e quarta-feira, de acordo com o CME Group.

O Fed tem previsão de começar a cortar suas taxas de referência. Isso permitiria aos americanos recuperar poder de compra e às empresas capacidade de investimento.

– Gastos em aumento –

Os dados do Departamento de Comércio mostraram um forte aumento nos gastos de consumo, de 0,7% em dezembro em relação a novembro. Na medição anterior, que comparava novembro com outubro, os gastos também haviam subido, em 0,4%.

A alta de dezembro foi a maior desde janeiro de 2023, indicou o economista Kieran Clancy, da Pantheon Macroeconomics.

Enquanto isso, a taxa de poupança caiu fortemente, para 3,7% da renda, de 4,1% no mês anterior.

“O aumento nos gastos derivados das economias acumuladas durante a pandemia está desaparecendo, mas o aumento da renda está assumindo a liderança”, disse Clancy, referindo-se ao crescimento de 0,3% nos ganhos em dezembro.

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), outra medida de inflação que é referência para as aposentadorias nos Estados Unidos, subiu em dezembro a 3,4% em 12 meses, após vários meses de contração, impulsionado principalmente pelos preços da habitação.

O objetivo de inflação do Federal Reserve é de 2% ao ano.

A economia americana conseguiu resistir às taxas elevadas e evitar uma recessão em 2023, com um PIB que cresceu 2,5% no ano passado, em comparação com 1,9% em 2022.

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