Região com 60% dos casos de dengue em Piracicaba tem flagrantes de criadouros do aedes aegypti e mil imóveis fechados

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Do total de 324 confirmações de dengue, 92 casos estão na região que abrange bairros como Cecap, Eldorado, Taquaral, Sol Nascente, Pompeia, Santa Rita, Prezotto, Vila Independência e Piracicamirim. Piracicaba já registra 324 casos de dengue em 2024
Com quase 60% casos positivos de dengue, segundo dados mais recentes divulgados pela Vigilância Epidemiológica (VE), a região leste de Piracicaba (SP) libera o ranking de confirmações da doença e soma 92 registros nas três primeiras semanas de janeiro deste ano. Ao todo, a cidade tem 324 casos de dengue no período.
A equipe da EPTV, afiliada da Globo percorreu alguns dos bairros que compõem a área no município e flagrou dezenas de situações de risco para criação e proliferação do aedes aegypti, mosquito transmissor da doença, como descarte irregular de materiais, acúmulo de água parada, entulhos, mato alto.
Outro ponto agravante para a região é que, durante o último arrastão contra a dengue feito na zona leste da cidade no sábado (21), a prefeitura apontou mais de mil imóveis fechados, conforme a coordenação do Plano Municipal de Combate ao Aedes (PMCA).
“Essa situação dificulta muito o trabalho de combate aos criadouros e proliferação da dengue. A média de pendência em Piracicaba fica em torno de 35%. Muitas casas sem podermos entrar. A participação da população é fundamentel”, alerta o coordenador do PMCA, Sebastião Amaral Campos, o Tom.
A situação preocupa a população mais consciente enviou reclamações para a poder público.
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A região leste abrange cerca de 140 bairros como Cecap, Eldorado, Taquaral, Sol Nascente, Pompeia, Terra Rica, Santa Rita, Prezotto e Piracicamirim e Vila Independência, por exemplo. O número equivale a mais da metade de todos os registros de dengue em Piracicaba, chegando a 59,26% dos casos.
Assim como dengue e zika, o chikungunya também é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti
GETTY IMAGES
Na Vila Independência e proximidades dos Bairros Água Seca e Santa Cecília, o produtor da EPTV, Edijan Del Santo, flagrou terrenos sem manutenção, mato alto e acúmulo de entulhos e recipientes que podem acumular água e serem criadouros do mosquito transmissor da dengue.
O aposentado Edson Iwamura afirma que há muitos casos de pessoas com dengue na região e confirma que a falta de consciência das pessoas com a manutenção de áreas é preocupante. “Há muitos casos e muito lixo também”, observa.
Região com mais casos positivos de dengue em Piracicaba soma flagrantes de acúmulo de entulho e de água parada.
Reprodução/EPTV
Casos positivos e notificações
A cidade não tem nenhuma morte por dengue em 2024. De acordo com o banco de dados da Vigilância Epidemiológica, nos primeiros 23 dias do ano foram registradas 801 notificações para investigação da doença.
No mesmo período de 2023, foram 293 notificações, 16 casos confirmados e nenhum óbito. Na comparação entre o recorte deste ano e do ano passado, houve um aumento de mais de 10%.
Em 2022, foram 507 notificações, cinco confirmações e nenhum óbitos.
Equipes de combate ao mosquito transmissor da dengue, em Piracicaba
Divulgação/ Prefeitura de Piracicaba
Primeira quinzena
Nos 16 primeiros dias de janeiro de 2024, Piracicaba somava 127 registros positivos de dengue 194 notificações, de acordo com o banco de dados da Vigilância Epidemiológica. Na comparação com o mesmo período do ano passado, quando o município teve nove confirmações de dengue, o levantamento aponta aumento de 1300% nas ocorrências.
No mesmo período de 2023, foram 173 notificações e nenhum óbito. Em 2022, foram 374 notificações, quatro confirmações e nenhum óbitos.
Cidade tem chance de entrar em epidemia
Piracicaba (SP) pode ter uma epidemia de dengue em 2024. A afirmação foi feita ao g1 pelo coordenador do Plano Municipal de Combate ao Aedes (PMCA), Sebastião Amaral Campos, o Tom, em relação ao cenário atual dos casos positivos na cidades. – 👉Leia mais, aqui.
“Existe uma possível chance de epidemia para 2024”, alerta o especialista.
De acordo com o banco de dados da Vigilância Epidemiológica, em todo ano passado foram registrados 3.116 casos positivos e três óbitos por dengue. Nos doze meses de 2022, foram 1.443 casos e um óbito; em 2021, foram 5.356 casos e um óbito.
Arrastões contra dengue
No próximo sábado, dia 27 de janeiro, o Mutirão da Dengue retorna à região Leste de Piracicaba, das 8h às 14h, retorna a região Leste, desta vez nos bairros Piracicamirim, Maracanã, Vila Prudente, Jardim Bandeirantes, Parque Prezotto, Pompéia e Jardim São Simão.
O ponto de encontro o Varejão Municipal do São Jorge, ao terminal de ônibus. Nesta ação, a orientação é para que os moradores deixem nas calçadas qualquer material que possa acumular água.
As equipes do Plano Municipal de Combate ao Aedes, segundo a prefeitura, percorrem as casas para uma vistoria e avaliar se existe ou não possíveis criadouros do mosquito Aedes.
“Estamos intensificando há alguns meses as campanhas de combate à dengue, porém, ainda há muitas casas que não permitem que nossos agentes entrem e façam a fiscalização. A intenção não é punir ninguém, mas sim, orientar e conscientizar que a população também precisa fazer a parte dela. Durante a semana, ocorrem também as ações de nebulização para conter a reprodução de mosquitos”, conforme lembre o coordenador do PMCA, Sebastião Amaral Campos, o Tom.
No último dia 20 de janeiro, o Arrastão da Dengue recolheu 5,5 toneladas de inservíveis nos bairros Planalto, São José e Cantagalo.
Orientação
A orientação do PMCA é para que os moradores deixem nas calçadas qualquer material que possa acumular água. Não serão recolhidos entulho, lixo doméstico e galhos de árvores.
O objetivo, segundo o Plano Municipal de Combate ao Aedes (PMCA), vinculado ao Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) da Secretaria Municipal de Saúde, é combater os criadouros do mosquito porque em um único local, a fêmea pode por mais de 100 ovos.
Prefeitura intensifica combate à dengue com arrastão e mutirões
Prefeitura de Piracicaba
El Niño
Entre as justificativas para o aumento dos casos de dengue são o clima e o El Niño, que trouxe muito calor e chuvas no final de 2023, cenário que pode se repetir em 2024 e contribuir para a reprodução do Aedes aegypti.
“Temperaturas altas e chuvas favorecem a reprodução dos mosquitos”, diz Tom, que aponta a importância da população para eliminar os criadores do mosquito transmissor. “A participação da população e fundamental para um melhor controle”, afirma.
Como evitar a dengue 🦟
Segundo a prefeitura, são feitas ações durante o ano todo para evitar a proliferação do mosquito da dengue, com visitas e mutirões em todos os bairros, além da coleta de materiais inservíveis.
Veja algumas das orientações para evitar a proliferação do Aedes:
Mantenha o terreno limpo e livre de materiais ou entulhos que possam ser criadouros;
Tampe os tonéis e caixas d’água;
Mantenha as calhas limpas;
Deixe garrafas sempre viradas com a boca para baixo;
Mantenha lixeiras bem tampadas;
Deixe ralos limpos e com aplicação de tela;
Limpe semanalmente ou preencha pratos de vasos de plantas com areia;
Limpe com escova ou bucha os potes de água para animais;
Limpe todos os acessórios de decoração que ficam fora de casa e evite o acúmulo de água em pneus e calhas;
Coloque repelentes elétricos próximos às janelas – o uso é contraindicado para pessoas alérgicas;
Velas ou difusores de essência de citronela também podem ser usados;
Evite produtos de higiene com perfume, pois podem atrair insetos;
Retire água acumulada na área de serviço, atrás da máquina de lavar roupa.
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