Líder espiritual é indiciado pela polícia por abusos contra 16 mulheres no interior de SP

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Relatório final da polícia foi encaminhado à Justiça e deve ser analisado pelo Ministério Público. Jessey, preso desde 15 de janeiro, nega as acusações. Jessey Maldonado Monteiro teve a prisão preventiva confirmada pela Justiça
Wesley Justino/EPTV
A Polícia Civil de Socorro (SP), no interior de SP, indiciou o líder espiritual Jessey Maldonado Monteiro, de 49 anos, pelos crimes de violação sexual mediante fraude, estupro, curandeirismo e exercício ilegal da medicina. A defesa dele nega as acusações e diz que vai aguardar a manifestação do Ministério Público (ver íntegra ao final da reportagem).
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Segundo a polícia, 16 mulheres disseram, em depoimento formal, que foram abusadas durante massagens, terapias e atendimentos de Jessey. O investigado atuava há mais de 20 anos na área da saúde e, até ser preso no dia 15 de janeiro deste ano, chefiava o setor de radiologia da Santa Casa de Socorro.
Veja detalhes nessa reportagem:
O que consta no relatório final
Entenda os crimes que constam no relatório
Relembre o caso
O que dizem Santa Casa, o templo e a defesa do investigado
O que consta no relatório final
O relatório final do inquérito sobre o caso foi encaminhado nesta quarta-feira (24) à Justiça de Socorro. Segundo a delegada responsável pela investigação, Leise Silva Neves, caso apareçam novas vítimas, um novo inquérito será aberto.
No primeiro inquérito constam:
O depoimento de 16 mulheres que acusam formalmente Jessey pelos abusos;
O depoimento de 5 testemunhas;
O depoimento de representantes do templo de umbanda que Jessey frequentava;
A delegada aguarda o resultado de laudos periciais solicitados ao Instituto de Criminalística. Mas, com a conclusão da investigação, a Justiça deve encaminhar o inquérito à Promotoria de Justiça de Socorro, que deve analisar o relatório final e pode decidir:
Se arquiva o caso
Se pede à polícia novas diligências e depoimentos
Se apresenta denúncia contra Jessey à Justiça
Veja o relato de vítimas do suposto líder espiritual
Entenda os crimes
Os crimes detalhados no inquérito são os seguintes:
Estupro: pela suspeita de ter cometido os abusos mediante violência.
Violação sexual mediante fraude: pela suspeita de ter abusado sexualmente das vítimas como se fosse uma terapia.
Exercício irregular da medicina: por oferecer serviços de terapias psicológicas e quiropraxia sem a formação necessária.
Curandeirismo: pela suspeita de oferecer curas milagrosas a problemas físicos e emocionais em troca de pagamentos.
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Suspeito foi preso pela Polícia Civil de Socorro nesta terça-feira (16)
Wesley Justino/EPTV
Relembre o caso
Jessey Maldonado Monteiro foi preso no dia 15 de janeiro suspeito de estuprar mulheres durante atendimentos “terapêuticos”. O caso veio à tona após um grupo de mulheres ter procurado uma representante da Ordem dos Advogados do Brasil de Socorro (SP).
Jessey teve a prisão preventiva mantida pela Justiça no dia seguinte e, desde então, está preso em Sorocaba (SP). Segundo a polícia, o suspeito fazia atendimentos terapêuticos diversos em um consultório na casa dele e também atuava como líder espiritual se descrevendo como uma pessoa “com poderes superiores”. Entre os serviços oferecidos pelo suspeito, estavam:
Ozonioterapia
Quiropraxia
Terapias psicológicas
Massagens
Hipnoses
Terapias de regressão
Acessórios sexuais, seringas e outros itens foram apreendidos na casa do suspeito.
Polícia Civil/Divulgação
O que diz a Santa Casa
Em nota, a Santa Casa disse que “está totalmente surpresa com os últimos acontecimentos envolvendo o Sr. J.M.M e que não tinha qualquer conhecimento sobre os casos de abuso sexual supostamente cometidos por ele”.
A entidade ainda manifesta encarecidamente a sua solidariedade às eventuais vítimas. “No mais, se coloca inteiramente à disposição das autoridades para auxiliar no deslinde da questão, caso seja necessário”.
O que diz o templo
Os advogados do templo informaram que não tiveram acesso aos autos do inquérito policial. O espaço e seus representantes legais negam qualquer participação nos crimes que estão apurados e afirmam que se solidarizaram com as vítimas “se comprometendo a auxiliar a autoridade policial na apuração dos fatos”.
Veja nota da defesa do investigado
O advogado RICARDO RAFAEL, que patrocina a defesa do investigado informa que não se manifestará sobre o mérito do caso, uma vez que os autos se encontram em segredo de justiça, e que no momento oportuno demonstrará toda a improcedência acusatória.
Iremos aguardar a manifestação do Ministério Público e, agora, estamos agora lutando contra a prisão, que consideramos ilegal.
A respeito da prisão preventiva decretada, a defesa informa que, respeita a decisão, mas irá recorrer, pois os argumentos utilizados não encontram respaldo legal, onde a presunção da inocência deve prevalecer, sua decretação é uma afronta aos princípios basilares do Estado Democrático de Direito, regras que regem o processo penal brasileiro.
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