Campinas fica de fora da primeira lista de municípios que receberão vacina de dengue

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Cidade soma 855 casos nos primeiros 25 dias do ano. Em todo o estado de SP, 11 municípios foram contemplados pelo Ministério da Saúde – todos do Alto do Tietê. Vacina contra dengue deve começar a ser oferecida pelo SUS a partir de fevereiro
ROGÉRIO VIDMANTAS/PREFEITURA DE DOURADOS via BBC
Com 855 casos de dengue em 24 dias, Campinas (SP) ficou de fora da primeira lista de municípios contemplados pelo Ministério da Saúde para vacina de dengue. O imunizante será aplicado em jovens de 10 a 14 anos – público escolhido pela necessidade de racionar as doses, que foram distribuídas para todo o país.
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Ao todo, 521 municípios vão vacinar jovens de 10 a 14 anos a partir de fevereiro. No estado de São Paulo, 11 cidades apareceram na primeira lista – todos da região do Alto do Tietê.
O Ministério da Saúde justifica, em nota à imprensa, que as primeiras regiões de saúde selecionadas atendem a três critérios: são formadas por municípios de grande porte, ou seja, mais de 100 mil habitantes, com alta transmissão de dengue registrada em 2023 e 2024, e com maior predominância do sorotipo 2.
“Com isso, 16 estados e o Distrito Federal têm municípios que preenchem os requisitos para o início da vacinação a partir de 2024. Serão vacinadas as crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos, faixa etária que concentra maior número de hospitalização por dengue – 16,4 mil de janeiro de 2019 a novembro de 2023, depois das pessoas idosas, grupo para o qual a vacina não foi autorizada pela Anvisa”.
O Brasil é o primeiro país no mundo a oferecer o imunizante na rede pública, mas enfrenta o desafio da baixa quantidade de doses. O Ministério da Saúde vai receber pouco mais de 6 milhões de doses — 5,2 milhões foram compradas da Takeda e 1,3 foram doadas pelo laboratório.
No entanto, o público vacinado contra a doença vai ser menor, já que são necessárias duas aplicações para a imunização completa. O volume é por limitação na capacidade de produção.
Dengue em Campinas
Campinas fechou 2023 com 11,2 mil casos de dengue e três mortes, de acordo com balanço atualizado pela prefeitura. Foi a sexta maior epidemia da história da cidade. Só em 24 dias de 2024, são 855 confirmações.
A previsão de um crescimento expressivo de casos em 2024 levou a prefeitura a adotar uma série de medidas de combate ao mosquito transmissor. A “operação de dengue” – expressão usada pela própria administração municipal, envolve drones e a ajuda do Exército.
O Departamento de Vigilância Epidemiológica de Campinas (Devisa) realiza, desde o começo do ano, mutirões para remover possíveis criadouros do Aedes aegypti.
O pacote de medidas prevê ainda, em caso de necessidade, entrada forçada em imóveis fechados com a utilização de chaveiros.
Segundo a prefeitura, os bairros foram selecionados em virtude dos casos confirmados ou suspeitos nos últimos sete dias e o objetivo é mobilizar a população para mais cuidados. O Jardim Eulina, por exemplo, não aparece na lista por conta do recorte de tempo considerado, mas concentra mais da metade dos registros.
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A reintrodução dos sorotipos 3 e 4 fez o governo municipal entrar em alerta para uma explosão de casos, com a intenção de não enfrentar o cenário “dramático” de 2015, com 65 mil registros e dez óbitos.
O tipo 3 do vírus circulou em Campinas pela última vez em 2009, e o tipo 4 havia sido registrado anteriormente em 2014. Crianças, adolescentes, além de adultos e idosos que não tiveram contato com a doença anteriormente são os mais vulneráveis. Além disso, há risco de dengue grave quando uma pessoa é infectada por tipo diferente ao anterior.
As medidas definidas pela Secretaria de Saúde para evitar o cenário caótico envolvem divulgação de boletins semanais, mutirões a cada 15 dias, com operações “de guerra” e capacitação da rede saúde.
Orientações à população
🌡 A dengue causa febre alta e repentina, dores no corpo, manchas vermelhas na pele, vômito e diarreia, resultando em desidratação.
🚨 Ao apresentar estes sintomas, o morador deve procurar uma das unidades de saúde da cidade para atendimento médico, segundo a Secretaria de Saúde.
Confira algumas das medidas de combate ao mosquito:
Utilize telas de proteção com buracos de, no máximo, 1,5 milímetros nas janelas de casa;
Deixe as portas e janelas fechadas, principalmente nos períodos do nascer e do pôr do sol;
Mantenha o terreno limpo e livre de materiais ou entulhos que possam ser criadouros;
Tampe os tonéis e caixas d’água;
Mantenha as calhas limpas;
Deixe garrafas sempre viradas com a boca para baixo;
Mantenha lixeiras bem tampadas;
Deixe ralos limpos e com aplicação de tela;
Limpe semanalmente ou preencha pratos de vasos de plantas com areia;
Limpe com escova ou bucha os potes de água para animais;
Limpe todos os acessórios de decoração que ficam fora de casa e evite o acúmulo de água em pneus e calhas;
Coloque repelentes elétricos próximos às janelas (o uso é contraindicado para pessoas alérgicas);
Velas ou difusores de essência de citronela também podem ser usados;
Evite produtos de higiene com perfume porque podem atrair insetos;
Retire água acumulada na área de serviço, atrás da máquina de lavar roupa.
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