Carlos Jordy, do PL, afirma que prova falsa levou PF a realizar operação de busca e apreensão em endereços dele

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O deputado é suspeito de envolvimento em atos antidemocráticos e investigado na Operação Lesa Pátria. Carlos Jordy, do PL, afirma que prova falsa levou PF a realizar operação contra ele
O deputado Carlos Jordy, do PL, publicou nesta terça-feira (23) um vídeo em uma rede social para afirmar que uma prova falsa levou a Polícia Federal a realizar uma operação de busca e apreensão em endereços dele. O deputado é suspeito de envolvimento em atos antidemocráticos e investigado na Operação Lesa Pátria.
No vídeo, o deputado disse que a suspeita sobre ele se baseia em uma troca de mensagens com Carlos Victor de Carvalho e em uma foto de CVC, que é suplente de vereador em Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro.
Segundo Jordy, a foto foi tirada durante a posse de Jair Bolsonaro na Presidência, em 2019, em Brasília e, no processo, apresentada como se fosse da participação de CVC nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.
Jordy disse que a defesa mostrou que CVC não estava em Brasília naquele dia. O deputado se refere à prisão e posterior soltura de CVC na Operação Ulisses, que investiga a participação de pessoas da região de Campos dos Goytacazes na organização de atos antidemocráticos. Ainda segundo Jordy, a foto foi adulterada e consta na investigação da Polícia Federal no âmbito da Operação Lesa Pátria.
Na Operação Ulisses, CVC foi preso por ordem da Justiça Federal do Rio no dia 19 de janeiro de 2023 e solto em fevereiro.
A defesa apresentou imagens e mensagens que comprovam a presença dele em Campos dos Goytacazes no 8 de janeiro. O advogado disse que, nas redes sociais, CVC insinuou, em tom sarcástico, que estaria em Brasília naquele dia e que isso fundamentou a prisão dele. Segundo o advogado, “o que era um sarcasmo e uma brincadeira pueril, face as fofocas de inimigos políticos, virou uma trama mediante articulação de ‘provas’”.
Quem é Carlos Jordy, deputado federal alvo de buscas da PF na Operação Lesa Pátria
O deputado e CVC são investigados no STF – Supremo Tribunal Federal, suspeitos de envolvimento no núcleo dos financiadores e instigadores dos atos golpistas. Na decisão que autorizou a operação da semana passada, o ministro Alexandre de Moraes citou investigação da Polícia Federal:
“Quanto a Carlos Victor foi produzida a informação de Polícia Judiciária de 2023, obtida em conta de Facebook, em que constam várias gravações dos atos que ocorreram no dia 8 de janeiro. Porém, em uma delas, Carlos aponta que sua localização se encontrava em Brasília – DF, levando a crer naquele momento que ele esteve nos atos atentatórios contra o Estado de Direito”.
A PF afirma que em 1º de novembro de 2022, CVC buscou orientação de Jordy para agir durante o bloqueio de rodovias, em atos contra o resultado das eleições. CVC escreveu: “Bom dia, meu líder. Qual direcionamento você pode me dar? Tem poder de parar tudo”. Jordy respondeu: “Fala, irmão. Beleza? Está podendo falar aí?”. E CVC disse: “Posso, irmão. Quando quiser, pode me ligar”.
Nos pedidos de busca e apreensão, a Polícia Federal afirmou que há outros indícios da ligação entre Jordy e CVC e que eles estão sendo analisados. No documento, a PF diz que dados obtidos nas contas de e-mail ou fontes abertas mostram que o deputado, além de orientar, tinha o poder de ordenar as movimentações antidemocráticas.
Questionada sobre as afirmações de Jordy, a Polícia Federal declarou que os fatos investigados na Operação Lesa Pátria não se restringem aos atos antidemocráticos praticados no dia 8 de janeiro, mas abrangem também todos aqueles que antecederam e/ou tiveram relação com o episódio.

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