Ribeirão Preto tem menos policiais civis que o necessário, segundo sindicato

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Cidade conta com 223 agentes, quando deveria ter, no mínimo, 400. Presidente do Sinpol diz que número abaixo do esperado compromete investigação de crimes. Falta de policiais compromete investigação de crimes em Ribeirão Preto, SP
Um levantamento feito pelo Sindicato dos Policiais Civis de Ribeirão Preto (SP) aponta que a cidade tem hoje 177 menos policiais civis do que o necessário.
Presidente do sindicato, Fátima Aparecida Silva revela que atualmente 223 policiais civis atuam na cidade, quando o número ideal deveria ser de, no mínimo, 400. A falta de profissionais reflete, muitas vezes, na segurança pública.
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De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), de janeiro a novembro de 2023, Ribeirão Preto registrou 32 homicídios, dois latrocínios e 176 casos de estupro, por exemplo.
“A Polícia Civil, sem estar bem aparelhada, não consegue desenvolver a investigação. Sem investigação, não há sanção para o crime cometido”, diz Fátima.
Ribeirão Preto (SP) teve 32 casos de homicídios entre janeiro e novembro do ano passado
Reprodução/EPTV
Dos 223 profissionais atuando em Ribeirão Preto hoje, são:
24 delegados
54 escrivães
72 investigadores
68 policiais civis de outras carreiras
5 funcionários administrativos
Procurada pela EPTV, afiliada da TV Globo, a SSP reconheceu o problema e disse que concursos estão em andamento para preencher 14.700 vagas em todo o estado de São Paulo em todas as funções.
A pasta, no entanto, não deu um prazo para resolver o problema da falta de policiais em Ribeirão.
Baixo número de policiais diminui taxa de solução de crimes
Para Fátima, o baixo número de profissionais afeta diretamente na qualidade das investigações e no serviço prestado à comunidade.
“Compromete, porque compromete a força policial e o rendimento, porque muitas vezes o policial tem de fazer um trabalho de dois, três. Os policiais civis estão exaustos, é uma coisa necessária que ocorra esse investimento”.
Ela afirma que o quadro de profissionais não acompanhou o crescimento da cidade.
“É uma cidade que cresceu muito e, evidentemente, os problemas são proporcionais. Muitos policiais aposentam, outros pedem exonerações, tem falecimento de policiais e não ocorre essa reposição”.
Segundo o criminólogo Jean Alves, sem policiamento efetivo, muitos crimes na cidade acabam ficando sem solução, o que aumenta a impunidade e violência.
“O trabalho específico da Polícia Civil é a identificação de qual crime ocorreu, que no ponto de vista jurídico a gente chama de materialidade, e a identificação da autoria e participação. Se eu tenho uma Polícia Civil com déficit de profissional, déficit de funcional, isso reflete em uma má investigação policial e na ausência de responsabilidade criminal”.
Ainda segundo Alves, a baixa produtividade gera sensação de insegurança.
“Se não tenho descoberta da autoria, as pessoas deixam de ser responsabilizadas pelos seus crimes e mais criminosos acabam estando na rua”.
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