Construtora é suspeita de vender o mesmo imóvel para até quatro pessoas diferentes no RS

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Familiares do dono da empresa dizem que só descobriam os casos após a morte dele. Segundo compradores, construtora teria quatro prédios em construção no município. Construtora de Santa Maria é suspeita de vender imóveis em duplicidade
O Ministério Público do Rio Grande do Sul instaurou um inquérito para investigar a empresa Conceitual Construtora, de Santa Maria, na Região Central do estado, pela suspeita de vender os mesmos apartamentos para várias pessoas. Algumas propriedades podem ter até quatro compradores diferentes.
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A RBS TV fez contato com os familiares do dono da construtora, Paulo Bertoldo Moura. Eles dizem que tiveram conhecimento da situação da empresa somente após o falecimento do empresário, em novembro do ano passado, num acidente de trânsito. A família diz que está fazendo uma análise financeira detalhada para determinar quais medidas jurídicas serão adotadas.
Valdirene Soares e Angelita Rigon descobriram, há cerca de dois meses, que tinham comprado o mesmo apartamento.
“Nós buscamos hoje minimizar ao máximo o nosso prejuízo. Entendemos que 100% talvez a gente nunca venha a reaver do nosso investimento mas buscar um ressarcimento tanto por parte da construtora ou acordo entre os proprietários de forma a minimizar o nosso prejuízo”, afirma Valdirene Soares.
Os compradores criaram uma associação que já reúne cerca de 40 pessoas, para tentar resolver o problema. O grupo conta que a empresa tinha, pelo menos, quatro prédios em construção na cidade.
Além dos compradores dos imóveis, prestadores de serviços e funcionários afirmam que estão sem receber o que foi negociado pela construtora. Até o momento, mais de 100 pessoas seguem em buscas dos seus direitos.
Construtora é suspeita de vender imóveis em duplicidade no RS
Reprodução/ RBS TV
Além do MPRS, também há registros de denúncias na Polícia Civil, Procon, Tribunal de Justiça e na Justiça do Trabalho.
A promotora de Justiça Giani Saad explica que, pela lei, as dívidas são assumidas pelos herdeiros nos limites da herança. “É possível a recuperação de um valor”, afirma. Segundo a promotora, as vítimas do golpe e as pessoas que entregaram as casas em que moravam serão ouvidas.
De acordo com o advogado Marcelo Taborda, que representa 17 pessoas, antes de entrar entrar com as ações indenizatórias na Justiça, foi tentado um acordo com a família do dono da construtora.
“Tem pessoas que entregaram chácara, entregaram casa, valores, fizeram empréstimo pagar juros desses empréstimo pra comprar um apartamento, pra comprar o tão sonhado”, diz o advogado.
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