Caso Marielle e Anderson: Ronnie Lessa delata mandante do crime

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Ronnie Lessa e Marielle FrancoReprodução

O ex-PM Ronnie Lessa, acusado de matar a vereadora Marielle Franco em março de 2018, delatou Domingos Brazão como um dos mandantes do assassinato, que matou a parlamentar e o motorista Anderson Gomes. As informações são do Intercept Brasil.

Lessa está preso desde 2019 e aceitou o acordo de delação premiada, que ainda precisa ser homologado pelo Superior Tribunal de Justiça. O apontado como mandante da morte da vereadora, o Brazão, tem foro privilegiado por ser conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro.

Na última delação sobre o caso, feita pelo ex-policial militar Élcio de Queiroz, em julho de 2023, preso por participação na morte de Marielle, ele confessou que dirigiu o carro, um Cobalt prata, durante o atentado.

Veja os principais pontos da investigação do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes:

1.      março de 2018: Marielle Franco participa de um debate na Casa das Pretas, região central do Rio de Janeiro, e ao sair do evento com o motorista Anderson Gomes e a assessora Fernanda Chaves, são perseguidos e atacados por assassinos em um veículo. Marielle é atingida por quatro tiros na cabeça e morre no local, enquanto Anderson também é morto, e Fernanda sobrevive aos estilhaços.

2.      Maio de 2018: Detalhes do depoimento do policial militar Rodrigo Jorge Ferreira, o Ferreirinha, envolvendo o então vereador Marcello Siciliano e o ex-PM Orlando Curicica são revelados.

3.      Janeiro de 2019: É feita a operação “Os Intocáveis”, com 63 mandados de busca e apreensão. O ex-capitão do Bope, Adriano da Nóbrega, é o principal alvo da operação. A disputa por terras na região é considerada uma possível motivação para o assassinato.

4.      Março de 2019: A Polícia Civil prende o PM Ronnie Lessa e o ex-policial militar Élcio Vieira de Queiroz na operação “Lume”. Ambos são acusados de executar Marielle e Anderson.

5.      Outubro de 2019: A operação “Submersus”, da Polícia Civil e do Ministério Público, prende quatro pessoas, incluindo Elaine Lessa, mulher de Ronnie Lessa.

6.      Fevereiro de 2020: Um laudo da Polícia Civil revela inconsistências no depoimento de um porteiro que mencionou Jair Bolsonaro no caso.

7.      Maio de 2020: O Superior Tribunal de Justiça nega a federalização da investigação sobre a morte da vereadora.

8.      Março de 2021: O Ministério Público cria uma força-tarefa focada em identificar os mandantes do assassinato da vereadora.

9.      Junho de 2021: Júlia Emília Mello Lotufo, viúva do ex-capitão do Bope Adriano da Nóbrega, aceita fazer delação premiada.

10.  Julho de 2021: As promotoras Simone Sibílio e Leticia Emile deixam a Força-Tarefa do Caso Marielle, alegando risco de interferência externa nas investigações.

11.  Fevereiro de 2022: O delegado Alexandre Herdy assume o caso, se tornando o quinto a comandar a investigação sobre a morte de Marielle Franco.

12.  Fevereiro de 2023: O ministro da Justiça, Flávio Dino, comunica que vai “intensificar” a atuação da Polícia Federal em parceria com o Ministério Público do Rio de Janeiro nas apurações do crime.

13.  Julho de 2023: Operação conjunta da PF e do MP do Rio prende o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, o Suel, após delação premiada de Élcio Queiroz, que o aponta como um dos executores do crime. Na delação, Suel afirma também que dirigia o carro que perseguiu o veículo da vereadora e que quem fez os disparos foi o ex-PM Ronnie Lessa, que também está envolvido no assassinato de Marielle e Anderson.

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