Subsecretário de Belford Roxo é exonerado após ser preso suspeito de estupros

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Ângelo Ventura Siqueira, de 50 anos, foi preso na última sexta-feira (19) suspeito de estupro de vulnerável e violação mediante a fraude, crimes praticados entre 2010 e 2021. Ângelo Ventura Siqueira e Waguinho, prefeito de Belford Roxo
Reprodução
A Prefeitura de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, exonerou nesta segunda-feira (22) o subsecretário Municipal de Assistência Social, Cidadania e do Combate à Fome, Ângelo Ventura Siqueira, de 50 anos, após ele ser preso na última sexta-feira (19) suspeito de estupro de vulnerável e violação mediante a fraude, crimes praticados entre 2010 e 2021.
Siqueira é pastor da Igreja Ministério Terra do Deus Vivo, em Belford Roxo. Segundo os investigadores, três vítimas procuraram a polícia e contaram como eram violentadas pelo homem, que usava da fé para atrair e manter as mulheres em silêncio.
A prisão de Ângelo foi feita pela Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de São Gonçalo, que investiga o caso.
Os estupros e as vítimas
A partir de depoimentos, a polícia identificou que as vítimas de Ângelo são mulheres jovens, de 20 a 40 anos, que cresceram em lares sem presença paterna ou têm relação fragilizada com a família.
Para as vítimas, ele se apresentava como um “paistor” — mistura de pai com pastor —, interessado em ajudá-las a se estruturar emocionalmente, e sendo a figura masculina que faltou na vida delas.
Em depoimento, As vítimas relataram que o pastor afirmava ter por elas o “carinho de um pai”, justificando os abusos como ensinamentos paternos, além de dizer que os abusos eram orientações para a vida conjugal com futuros maridos.
Ângelo Ventura Siqueira após ser preso
Divulgação
Ângelo teria dito a uma das mulheres que iria “ensinar como um homem deve tratar uma mulher”, estabelecendo um padrão: “depois disso você não vai admitir que nenhum homem te trate menos que isso”.
Uma delas revelou ter sido agredida, quando se negou a ter relações sexuais com o para as vítimas relataram que o pastor afirmava ter por elas o “carinho de um pai”, justificando os abusos como ensinamentos paternos, além de dizer que os abusos eram orientações para a vida conjugal com futuros maridos.
‘Como um homem trata uma mulher’
Ângelo teria dito a uma das mulheres que iria “ensinar como um homem deve tratar uma mulher”, estabelecendo um padrão: “depois disso você não vai admitir que nenhum homem te trate menos que isso”. Uma delas revelou ter sido agredida, quando se negou a ter relações sexuais com o pastor.
O pastor, segundo as vítimas, as atraia para a casa dele, para a igreja e outros lugares, como lanchonetes, shoppings centers, montes, praias [em horários noturnos] e até mesmo no carro dele, alegando que eram encontros de gabinete pastoral.
Ele também perguntava sobre intimidades das mulheres, se tinham relação sexual com alguém e as acariciava, sempre dizendo que aquilo não era “pecado”, e também para as impedir de contestá-lo.
Em muitos encontros, Ângelo teria oferecido vinho às vítimas, violentando-as em estado de embriaguez. Uma das mulheres contou que o pastor chegou a levá-la para um motel, já bastante alcoolizada. Quando chegaram no local, ela o questionou sobre o que estavam fazendo ali, já que o pastor era casado.
Ele teria respondido que era uma passada rápida, até que ela se recuperasse. Contudo, a vítima contou que ele tirou a sua roupa, lhe deu banho e deitou sobre seu corpo. Depois, sem se lembrar do que aconteceu de fato, ela perguntou se teria havido penetração, após sentir uma ardência na região da vagina, ao que ele confirmou e disse que “tinha errado”.
O g1 não conseguiu localizar a defesa do pastor Ângelo.
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